Unctad BR adverte sobre riscos da IA e destaca potencial do Brasil em relatório.
A inteligência artificial (IA) apresenta um futuro promissor para o desenvolvimento sustentável e o aumento da produtividade. Contudo, a falta de uma gestão ética e transparente pode intensificar as disparidades socioeconômicas em escala global. O alerta foi emitido pela Agência da ONU para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em seu novo relatório “Tecnologia e Inovação: inteligência artificial inclusiva para o desenvolvimento”, divulgado nesta segunda-feira.
De acordo com o estudo, a IA deve movimentar US$ 4,8 bilhões em 2033, um crescimento exponencial de 25 vezes em apenas uma década. Em 2023, a tecnologia representava 7% do mercado mundial de tecnologia de ponta, com projeção de alcançar 29% em 2033.
Concentração de Poder e Desafios Éticos
O relatório da Unctad aponta para uma significativa concentração de poder no desenvolvimento da IA. Atualmente, Estados Unidos e China detêm 60% das patentes e 33% das publicações científicas sobre o tema. Além disso, 40% das pesquisas em IA foram financiadas por apenas 100 empresas em 2022, nenhuma delas sediada em países em desenvolvimento.
A secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan, enfatiza a urgência de estabelecer um equilíbrio para promover a inclusão de países e populações na era da IA. A tecnologia oferece oportunidades para avanços em áreas como agricultura, energia e planejamento urbano. No entanto, o ritmo acelerado do desenvolvimento da IA, superior às mudanças nas políticas governamentais, eleva o risco de desigualdades e perdas de empregos, podendo afetar 40% dos postos de trabalho em todo o mundo.
Potencial Brasileiro e Ações da ONU
Apesar dos desafios, a Unctad identifica um grande potencial em países como Brasil, Índia e Filipinas, que possuem um número expressivo de desenvolvedores e programadores. Nas Filipinas, por exemplo, o setor cresceu 30% entre 2022 e 2023.
Diante desse cenário, a ONU busca mitigar as desigualdades por meio de iniciativas como o Pacto para o Futuro e o Pacto Digital Global. Esses acordos visam aprimorar a governança internacional da inteligência artificial, garantindo que seus benefícios alcancem toda a humanidade.
com informações da ONU News
