População do estado cresce com chegada de migrantes de Minas, Rio e Bahia; saldo migratório positivo reforça papel estratégico da região Sudeste.
O Espírito Santo se destacou nacionalmente com a sexta maior taxa líquida de migração do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27). Entre 2017 e 2022, o estado registrou um saldo positivo de 27,9 mil pessoas, representando um aumento de 0,73% da sua população total no período. A movimentação populacional reflete o novo perfil demográfico brasileiro, marcado por mudanças nos padrões de residência, migração e fecundidade.
Espírito Santo ganha mais moradores do que perde
De acordo com o Censo Demográfico 2022, cerca de 497,1 mil pessoas nascidas no Espírito Santo viviam em outros estados no momento da pesquisa. Por outro lado, o número de pessoas nascidas fora do estado, mas vivendo em território capixaba, chegou a 689,6 mil. Isso coloca o Espírito Santo com uma taxa líquida de migração positiva, ou seja, mais pessoas entraram do que saíram do estado nos últimos cinco anos.
A análise por data fixa — metodologia que avalia onde a pessoa vivia cinco anos antes do Censo — revela ainda que 102,4 mil imigrantes chegaram ao Espírito Santo entre 2017 e 2022, enquanto 74,5 mil emigraram no mesmo período.
Minas, Rio e Bahia lideram origem dos novos capixabas
A maior parte dos novos moradores capixabas vieram de estados vizinhos, o que confirma o papel estratégico da posição geográfica do Espírito Santo. Segundo o IBGE, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia representam, juntos, 73,6% do total de imigrantes que chegaram ao estado nesse intervalo de cinco anos.
Esse movimento migratório reforça a vocação do Espírito Santo como polo logístico, portuário e industrial, além de atrativo pela qualidade de vida e estabilidade econômica relativa, especialmente em municípios da Grande Vitória.
Espírito Santo se destaca no cenário nacional
A taxa líquida de migração do Espírito Santo ficou atrás apenas de Santa Catarina (4,66%), Mato Grosso (2,84%), Goiás (2,65%), Paraíba (0,78%) e Paraná (0,74%). Esses estados também apresentaram saldo migratório positivo e vêm atraindo pessoas em busca de melhores condições de vida, trabalho e segurança.
Menos filhos e mudanças nas famílias
O Censo 2022 também revelou um declínio na fecundidade em todo o país. Pela primeira vez, o número médio de filhos por mulher caiu abaixo de 1,5, confirmando um processo de transição demográfica acelerada. Esse cenário impacta diretamente o crescimento populacional dos estados e reforça a importância da migração como fator de renovação demográfica.
No caso capixaba, a presença de migrantes tem papel fundamental para manter a dinâmica populacional ativa, suprindo demandas do mercado de trabalho e estimulando o crescimento urbano.
