Hugo Motta: um ex-presidente em exercício

O presidente da Câmara é um político fraco e sem personalidade. Atua como pau mandado do Centrão contra os interesses do cidadão.

Sem força, sem autonomia e sem rumo, ele mostra que a Câmara dos Deputados não tem presidente — tem apenas um despachante do Centrão.

Em um cenário político já desgastado pela descrença popular, a ascensão de Hugo Motta à presidência da Câmara dos Deputados parece ter reforçado a ideia de que o Parlamento brasileiro segue comandado não por líderes, mas por personagens acomodados ao jogo dos bastidores. Jovem, herdeiro de uma carreira política marcada pelo sobrenome e pelas alianças, Motta foi alçado ao posto não por carisma, firmeza ou capacidade de articulação, mas por ser um nome conveniente ao Centrão — aquele bloco fisiológico que controla, de fato, o destino da Câmara.

Quem é Hugo Motta e de onde veio

Natural da Paraíba, Hugo Motta construiu sua carreira como tantos outros políticos de famílias tradicionais do interior nordestino. Filho do ex-deputado Nabor Wanderley e com raízes em uma política regional marcada pelo clientelismo, entrou cedo na vida pública, elegendo-se deputado federal ainda jovem. Sua trajetória não é marcada por grandes feitos legislativos ou por discursos memoráveis, mas pela habilidade de estar sempre alinhado às engrenagens do poder. Isso explica como um deputado sem brilho nacional acabou chegando ao posto máximo da Câmara.

Motta nunca representou uma força renovadora nem uma liderança autêntica. Sua eleição é fruto da lógica conhecida: o Centrão precisava de alguém dócil, sem ambições maiores e disposto a servir de ponte para interesses pouco republicanos. Ele aceitou o papel.

O presidente que se acovardou

O episódio que melhor simboliza a fraqueza de Hugo Motta ocorreu quando parlamentares da oposição ocuparam a mesa diretora da Câmara. Em vez de impor ordem, como se esperaria de quem comanda a Casa Legislativa, Motta recuou. Não soube agir, não enfrentou o impasse e preferiu a omissão. A cena foi interpretada como um retrato perfeito de sua gestão: um presidente sem pulso, refém do momento, acuado e incapaz de defender a instituição que deveria representar.

A partir dali, consolidou-se a percepção de que Motta é um “bosta n’água” — alguém que ocupa a cadeira mais poderosa da Câmara, mas sem autoridade para exercê-la.

Proteção a foragidos e ausentes

As críticas não param na postura frouxa. Há um incômodo crescente com o tratamento desigual a deputados envolvidos em escândalos.

  • Carla Zambelli, condenada e foragida, continua com o mandato preservado, mesmo sem condições legais de exercer plenamente suas funções.
  • Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos, não cumpre a rotina parlamentar, não trabalha, mas também não foi cassado.

Enquanto isso, parlamentares menos alinhados ao bloco dominante enfrentam processos de cassação com rapidez. A seletividade é escancarada, e a presidência de Hugo Motta, longe de agir como guardiã da instituição, parece reforçar a lógica do dois pesos e duas medidas.

Sob Motta, a Câmara se transformou em abrigo de foragidos, desertores e aproveitadores. Um verdadeiro condomínio de impunidade.

Um fantoche do Centrão

As pautas que poderiam beneficiar diretamente a população — como a redução na conta de luz ou a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais — seguem travadas. Em contrapartida, projetos que garantem benefícios e blindagens aos parlamentares ou que reforçam o controle do Centrão avançam rapidamente.

É por isso que muitos analistas afirmam que Motta não é um líder, mas um fantoche. Sua função seria apenas garantir que nada fuja do controle dos blocos que o sustentam.

A vergonha do Legislativo

Ao final, o que se vê é um presidente da Câmara que não manda nada. Sem independência, sem voz própria, Hugo Motta consolidou-se como um personagem frágil em meio a uma instituição que deveria representar a força da democracia.

Para seus críticos, ele não é apenas um presidente fraco. É um canalha covarde, um símbolo da degradação da política brasileira, um presidente que desonra o cargo que ocupa.

O Brasil merecia um presidente da Câmara à altura de sua democracia. Ganhou Hugo Motta: um deputado sem brilho, sem rumo, sem voz, que transformou a Casa do Povo em casa da vergonha.

O futuro da Câmara, sob sua condução, é o da submissão: não ao povo, mas aos interesses que o colocaram lá. E, enquanto isso, o cidadão comum segue à margem, pagando a conta de uma política que escolheu transformar o Parlamento em feudo de conveniências.