Viagem do Papa ao Chile prepara Sínodo especial para a Amazônia, de 2019

O Papa Francisco começa segunda (15) uma visita de sete dias ao Chile e Peru. Um dos principais atos da visita será um encontro com representantes de comunidades indígenas locais e de outros países da América Latina. Para os responsáveis católicos na região, a viagem pontifícia é “fundamental” para a preparação do Sínodo especial para a região pan-amazônica convocado pelo pontífice para outubro de 2019.

“O povo indígena amazônico tem um clamor, uma reivindicação: as suas terras ancestrais estão cada vez mais invadidas. Os seus territórios naturais, dos seus antepassados, são cada vez mais reduzidos”, afirmou o porta-voz do Vicariato Apostólico de Puerto Maldonado, do Peru, para a visita papal, padre Manuel Jesús Romero. Segundo o sacerdote, as vidas destes indígenas “correm perigo”.

Puerto Maldonado, que vai receber o Papa na sexta (19) é a capital da região Madre de Dios, no Peru, e abriga cerca de 38 mil habitantes; Francisco vai almoçar  com representantes dos povos nativos de vários países da região.

O presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Cláudio Hummes vai marcar presença como fundador e presidente da REPAM – a rede eclesial que reúne ordens, congregações, movimentos e realidades ativas nos nove países com área amazónica: Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil.

“Queremos levar o maior número possível de indígenas para o encontro, no dia 19, porque é importante que o Papa não se encontre apenas com um pequeno grupo, uma comissão, mas com uma grande representação”, diz o cardeal brasileiro.

Também no Chile, o Papa vai almoçar com um pequeno grupo de representantes das populações indígenas, “historicamente perseguidas, discriminadas, empobrecidas e privadas dos seus direitos”, assinala o portal de notícias do Vaticano.

Francisco pediu para reunir-se em Temuco, no Chile, “com pessoas comuns e representantes da comunidade de Araucanía”, terra historicamente reivindicada pelos mapuches.

O Sínodo especial de 2019 está sendo preparado com a ajuda do projeto ‘Voz da Amazônia’, que visa divulgar “as lutas e desafios” dos povos da floresta.