Varejo brasileiro cai 0,3% em julho e acumula quatro meses de queda

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O volume de vendas do comércio varejista restrito caiu 0,3% em julho em relação a junho, na série com ajuste sazonal. Foi o quarto mês consecutivo de retração, o que sinaliza perda de ritmo no setor. Na comparação com julho do ano passado, entretanto, houve alta de 1,0%, a quarta seguida nesse tipo de confronto. No acumulado de 2025, até julho, as vendas crescem 1,7%, e em 12 meses, 2,5%.

No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de alimentos, bebidas e fumo, houve alta de 1,3% em julho frente a junho. Já em relação ao mesmo mês de 2024, o resultado foi de queda de 2,5%. No acumulado do ano, há retração de 0,2%, enquanto em 12 meses o crescimento chega a 1,1%.

Entre os setores que recuaram em julho estão equipamentos de escritório, informática e comunicação (−3,1%), tecidos, vestuário e calçados (−2,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (−0,6%) e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (−0,3%). Já os segmentos em alta foram móveis e eletrodomésticos (+1,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (+1,0%), combustíveis e lubrificantes (+0,7%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+0,6%). No varejo ampliado, veículos, motos, partes e peças avançaram 1,8% e material de construção subiu 0,4%.

Na análise por estados, 16 das 27 unidades da federação registraram queda no varejo restrito. As maiores retrações foram em Rondônia (−2,2%), Minas Gerais (−1,1%) e Paraíba (−1,0%). Entre os que cresceram, Amapá (+3,9%), Distrito Federal (+0,9%) e Sergipe (+0,8%) se destacaram. No varejo ampliado, 22 estados tiveram resultado positivo, com Mato Grosso (+7,1%), Amapá (+4,4%) e Distrito Federal (+4,2%) na liderança. As quedas mais intensas ocorreram no Espírito Santo (−2,6%), Roraima (−2,1%) e Mato Grosso do Sul (−0,7%).

A sequência de quatro quedas mensais mostra que o varejo enfrenta pressões, como juros altos e restrição de crédito ao consumidor. A inflação, embora mais controlada, ainda pesa sobre a renda das famílias. Mesmo assim, os números positivos no comparativo anual e no acumulado de 12 meses indicam que alguns segmentos, como farmácias, móveis e eletrodomésticos, sustentam parte do dinamismo do setor. Já áreas como tecnologia e vestuário continuam pressionadas. O desempenho do varejo ampliado em relação ao ano anterior reforça a preocupação com uma possível desaceleração mais ampla no consumo, o que exigirá atenção nos próximos meses.