
Pesquisadores investigam o desaparecimento dos crustáceos e alertam para o impacto na qualidade das praias brasileiras.
O sumiço dos tatuís, pequenos crustáceos que habitam as praias brasileiras, tem intrigado cientistas e levantado preocupações sobre a saúde dos ecossistemas costeiros. Frequentemente vistos enterrados na areia, esses animais estão desaparecendo de diversas praias do país, um fenômeno que pode indicar problemas ambientais mais amplos.
Em primeiro lugar, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), estão investigando as causas desse desaparecimento. Nesse sentido, estudos apontam que a espécie Emerita brasiliensis, a mais comum no litoral brasileiro, está sendo severamente impactada pelas transformações do Antropoceno, período da história atual em que a ação humana causa modificações no planeta.
Além disso, a pesquisa busca entender se os tatuís estão deixando de chegar às praias ou se chegam, mas não sobrevivem. Por exemplo, a Praia de Fora, no Rio de Janeiro, é um dos locais onde a diminuição da população de tatuís tem sido observada desde a década de 1990. Ademais, estudos revelam que o desaparecimento dos tatuís não é um problema exclusivo do Brasil, com relatos de redução em países como Estados Unidos, México, Irã, Uruguai e Peru.
Outrossim, os pesquisadores investigam o ciclo de vida dos tatuís, desde a postura dos ovos até o retorno dos jovens crustáceos às praias. Em contrapartida, a alta mortalidade de ovos e larvas, aliada à vulnerabilidade dos jovens tatuís ao pisoteio e à poluição, contribui para a diminuição da população.
Por fim, a qualidade da água do mar também é um fator crucial para a sobrevivência dos tatuís, que se alimentam de micropartículas orgânicas presentes na água. Em outras palavras, a poluição proveniente de rios e canais de drenagem pode afetar diretamente esses animais, que são considerados bioindicadores da qualidade das praias.
Em suma, o desaparecimento dos tatuís é um sinal de alerta para a saúde dos ecossistemas costeiros brasileiros, exigindo medidas urgentes para proteger esses animais e garantir a qualidade das praias.