Perdeu o passaporte, foi atacado por cães ou acabou hospitalizado? Veja o que especialistas em turismo fariam diferente!

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Quando tudo dá errado: o que aprendemos com os desastres de viagem de especialistas em turismo

A ideia era relaxar, aproveitar a cultura local e criar boas memórias. Mas, para alguns dos maiores nomes do setor de turismo, a realidade foi um verdadeiro pesadelo. Em uma reportagem publicada nesta quinta-feira (25) pelo The Guardian, profissionais experientes compartilham os momentos mais caóticos de suas viagens — e os conselhos valiosos que surgiram dos erros cometidos.

De ataques de animais a intoxicações alimentares graves, passando por burocracias internacionais e roubos inesperados, os relatos servem como um alerta: mesmo os mais preparados não estão imunes aos imprevistos. A boa notícia? Com informação e prevenção, é possível evitar a maioria dessas situações.

Ataque de cães, passaporte perdido e intoxicação alimentar: os maiores perrengues

A editora de viagens Annabelle Thorpe revela que sua pior experiência foi ser atacada por cães em uma vila na Turquia. “Fiquei cercada por cinco cães agressivos, sozinha, sem sinal de celular e sem ajuda à vista”, conta. A recomendação dela hoje? “Sempre pergunte aos moradores locais sobre os animais da região e, se possível, ande com um bastão ou spray de dissuasão.”

Nori Jemil, fotógrafa de viagens premiada, perdeu o passaporte em um barco na Indonésia. “Sem documentos, eu não conseguia deixar o país”, disse ao The Guardian. O conselho é claro: leve cópias impressas e digitais dos documentos, mantenha o original guardado em local seguro e tenha um plano B.

O jornalista Ben Lerwill enfrentou uma intoxicação alimentar severa durante uma viagem ao Sudeste Asiático. “A comida parecia fresca, mas foi um erro confiar cegamente”, explica. Hoje, ele evita alimentos crus e recomenda observar onde os locais comem — “se o restaurante está vazio, é um mau sinal”, alerta.

Fatores culturais, climáticos e de saúde exigem atenção redobrada

A BBC News também já destacou que muitos turistas negligenciam aspectos básicos de segurança, como vacinas obrigatórias, seguro de viagem e adaptação ao clima. De acordo com dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), 1 em cada 5 viajantes sofre algum contratempo de saúde durante uma viagem internacional.

Outro ponto crítico é a documentação. Segundo a CNN, perder o passaporte é uma das situações mais recorrentes entre turistas — e uma das mais difíceis de resolver. A recomendação dos consulados brasileiros e estrangeiros é portar cópias autenticadas e deixar uma versão digital acessível na nuvem.

Além disso, El País reforça que, em países com forte instabilidade política, como atualmente no Níger ou no Sudão, qualquer descuido pode colocar o turista em risco. A leitura prévia de alertas do Itamaraty ou dos ministérios de relações exteriores é indispensável.

Planejamento e consciência: os melhores aliados do viajante

Para Lisa Francesca Nand, apresentadora do podcast The Big Travel Podcast, viajar com crianças pode ser especialmente desafiador. Em uma ocasião, ela enfrentou uma febre alta do filho pequeno durante um voo de longa duração, sem paracetamol à mão. “Hoje eu nunca viajo sem um kit de primeiros socorros completo”, afirma.

Outro erro comum é confiar cegamente na internet. Katie Bowman, influencer e produtora de conteúdo, se hospedou em um apartamento que parecia perfeito nas fotos — mas descobriu, ao chegar, que o local sequer existia. “Verifique sempre avaliações recentes e desconfie de ofertas muito abaixo da média”, recomenda.

Análise: mais que sorte, viajar com segurança é questão de preparo

Viajar nunca será uma experiência 100% livre de riscos, mas os relatos reunidos por The Guardian e veículos como Deutsche Welle e France 24 mostram que a maioria dos problemas pode ser evitada com um mínimo de atenção, pesquisa e planejamento.

Ter um seguro de viagem adequado, consultar guias confiáveis, entender a cultura e os riscos locais e montar um kit de emergência são atitudes simples que fazem toda a diferença. Em tempos em que as fronteiras estão mais abertas e o turismo internacional retoma o ritmo pós-pandemia, ser um viajante responsável é também uma forma de respeito à vida — à sua e à dos outros.