Consumo inadequado de gorduras é uma das causas de doenças cardiovasculares, que provocam 17 milhões de mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para diminuir o número de mortes e melhorar a qualidade de vida das pessoas, a agência da ONU defende reduzir a proporção de gorduras saturadas e trans na alimentação de adultos e crianças. Segundo a instituição, ingestão desses nutrientes deve responder por apenas 10% do total diário de necessidades calóricas.
No caso das gorduras trans, encontradas em frituras e óleos, a OMS é ainda mais restritiva — elas devem representar apenas 1% do total de calorias consumidas num dia. Frequentemente, esse tipo de gordura recebe o nome de hidrogenada.
“Se realmente quisermos nos livrar dos perigos do excesso de gordura trans, então tem de haver uma ação forte e vigorosa de governos, para garantir que produtos industriais não usem óleo vegetal hidrogenado”, afirmou a diretora de Nutrição da OMS, Francesco Branca.
A especialista explicou que a remoção de gordura trans de alguns alimentos já foi feita em muitos países, sem nem mesmo ser percebida pelos consumidores. De acordo com Branca, a Europa Ocidental praticamente eliminou o uso industrial desse componente alimentar e a Dinamarca baniu completamente a gordura trans.
Em partes do mundo mais pobres, porém, os desafios permanecem. É o caso de regiões e nações como o Leste Europeu, Índia, Paquistão, Irã, Argentina e muitos países africanos. Segundo a especialista da OMS, em alguns casos, os níveis de gordura trans em algumas comidas de rua chegam a ser 200 vezes mais altos que o recomendado diariamente.
Até o final de 2018, a OMS divulgará propostas de recomendações para seus Estados-membros. Ao longo do ano, o organismo planeja realizar consultas públicas em todo o mundo para garantir que as orientações sejam compatíveis com especificidades regionais.