ONU acha difícil cumprir objetivo sobre tuberculose

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta segunda (04) que “não vai ser fácil” cumprir o objetivo de eliminar a tuberculose até 2030.

O chefe das Nações Unidas discursou numa reunião preparatória com a sociedade civil sobre o combate à doença, realizada nesta segunda-feira, em Nova Iorque.

A tuberculose continua a ser a infecção que mata mais pessoas em todo o mundo. No ano passado, mais de 1,6 milhão de pessoas perderam a vida.

O presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajcak, também participou do evento que antecede um encontro de alto nível, marcado para setembro.

Guterres afirmou que a Estratégia Global da Organização Mundial da Saúde, OMS, para Acabar com a Tuberculose até 2030 abre o caminho para avanços.

Mas para ter sucesso, todos os setores terão que atuar para resolver os motivos sociais da doença, como pobreza, desigualdade e taxas crescentes de migração.

O secretário-geral acredita que é preciso “fortalecer os sistemas de saúde, garantir cobertura de saúde universal e resolver resistência antimicrobiana”.

Já o presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajcak, afirmou que “é preciso mais ação, e agora”.

Ele explicou ser necessária mais pesquisa, mais tratamento e medicamentos além de financiamento. Outro ponto relevante é o acesso universal para diagnóstico e cobertura de saúde, novas parcerias e prestação de contas de todos os interessados.

Dos países de língua portuguesa Angola, Brasil e Moçambique estão entre as 20 nações com o maior número de casos.

A ONU organiza em setembro, durante os debates anuais da Assembleia Geral, um encontro de alto nível sobre a tuberculose.

No seu discurso, Guterres pediu que a reunião seja uma oportunidade de informar, de um novo modo, tirando a tuberculose do seu local tradicional.

O secretário-geral afirmou que o documento final do encontro “deve ser concreto e ambicioso nas suas recomendações e garantir que a retórica global seja traduzida em ação nas comunidades”.

Para Guterres, a reunião com a sociedade civil é “uma oportunidade para moldar essa discussão”. E que vão servir de base para os compromissos de alto nível feitos pelos líderes mundiais.