Mutilação Genital Feminina: Um Grito por Justiça

Hoje, 5 de fevereiro, o mundo marca o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina , uma data crucial para reafirmar compromissos globais contra uma das violações mais cruéis dos direitos humanos. Em mensagem oficial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a urgência de erradicar essa prática brutal, que afeta pelo menos 92 países em quatro continentes e perpetua desigualdades de gênero profundas.

A mutilação genital feminina (MGF) não é apenas um ato de violência física, mas também mental, com consequências devastadoras para a saúde e autonomia das mulheres e meninas. Este ano, a campanha global adotou o tema “Aumentando o passo: fortalecendo alianças e construindo movimentos para erradicar a mutilação genital feminina” , enfatizando a necessidade de união entre governos, organizações sociais e sobreviventes.

Dados alarmantes revelam que, somente em 2024, mais de 4,4 milhões de meninas e mulheres estão em risco de sofrer essa violação. Atualmente, cerca de 230 milhões de sobreviventes vivem com as consequências físicas e emocionais da prática. Se nenhuma medida for tomada, estima-se que até 2030 outras 27 milhões de meninas estarão expostas ao mesmo destino .

Em resposta, os países-membros da ONU firmaram, em setembro de 2023, o Pacto para o Futuro , comprometendo-se a combater normas sociais prejudiciais e eliminar a MGF até 2030. Desde 2008, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o UNICEF lideram um programa conjunto para enfrentar essa prática, promovendo conscientização, educação e mudanças culturais.

Para Guterres, a erradicação da MGF é não apenas urgente, mas possível. “Devemos intensificar nossos esforços e garantir que nenhuma mulher ou menina seja submetida a essa violação”, afirmou.

A luta contra a mutilação genital feminina é uma questão de dignidade humana, saúde e igualdade. Cada vida protegida representa um passo rumo a um futuro mais justo e inclusivo.