Mundo comemora dia dos afrodescendentes

Imagem de Paul Brennan por Pixabay

Pela primeira vez, o mundo celebra neste 31 de agosto o Dia Internacional para Pessoas de Descendência Africana.   Com a criação da data, as Nações Unidas buscam promover “as contribuições extraordinárias da diáspora africana” e eliminar todas as formas de discriminação contra os afrodescendentes. 

A ONU destaca que todos os seres humanos “nascem livres e iguais em dignidade e direitos e têm o potencial de contribuírem, de forma construtiva, ao desenvolvimento e bem estar das sociedades.

As Nações Unidas lembram que “qualquer doutrina de superioridade racial é falsa do ponto de vista científico, condenável do ponto de vista moral, socialmente injusta, perigosa e deve ser rejeitada”. 

A ONU reconhece, por exemplo, o tráfico transatlântico de escravos como um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade. Portugal foi um dos países que contribuiu para o tráfico de escravos a partir do século 15, como lembra a professora de Estudos Africanos, Isabel Henriques, que participou de um vídeo especial das Nações Unidas sobre o tema. 

Experiência em Portugal 

“Este tráfico de escravos começa por ser feito com base em escravos raptados, apanhados em África. São as chamadas razias de escravos. E depois, muito cedo, a Coroa Portuguesa se verifica a necessidade de transformar esse método de apanhar escravos em África num método mais seguro, mais organizado e, portanto, passa-se a vender e a comprar escravos em África.” 

Segundo a historiadora Isabel Henriques, muitos escravos foram separados de suas famílias e eram obrigados a deixar de falar em suas línguas nativas e aprender português. 

Aproveitando o marco do Dia Internacional dos Afrodescendentes, as Nações Unidas também defendem a igualdade para todas as vítimas da escravidão, do tráfico de escravos e do colonialismo, em especial dos descendentes africanos.