
Cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo vivem sob a ameaça constante de minas terrestres antipessoais, explosivos que continuam a matar e mutilar civis muito tempo após o fim dos conflitos. O alerta foi reforçado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, por ocasião do recente Dia Internacional para Conscientização e Assistência em Ação Contra Minas (4 de abril), destacando a urgência da erradicação dessas armas indiscriminadas que assolam do Afeganistão à Ucrânia.
A cada hora, em média, uma pessoa é morta ou ferida por minas ou dispositivos explosivos improvisados, com crianças frequentemente entre as vítimas. Além disso, essa presença mortal não só aterroriza comunidades, mas também impede a entrega de ajuda humanitária vital e a reconstrução de áreas afetadas, como destacou a ONU ao lançar o tema para 2025: “Futuros Seguros Começam Aqui”.
Armadilhas mortais
Mesmo com o cessar-fogo, as minas permanecem ocultas no solo de áreas urbanas e rurais, transformando campos, estradas e até escolas em armadilhas mortais. Essa situação representa um obstáculo duradouro para a segurança e o retorno à normalidade em países como Mianmar, Sudão, Síria e nos Territórios Palestinos Ocupados, entre muitos outros. Os explosivos não discriminam entre soldados e civis, representando um perigo latente para quem tenta retomar a vida.
O trabalho de remoção é complexo e perigoso. Nesse sentido, equipes de ação contra minas das Nações Unidas, em colaboração com parceiros locais e internacionais, atuam incansavelmente. Suas atividades vão além da simples localização e remoção dos artefatos; incluem também a educação de comunidades sobre os riscos e a avaliação constante das ameaças, buscando criar ambientes seguros para que as pessoas possam viver, trabalhar e viajar sem medo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo veemente durante a data internacional. Ele instou todos os países que ainda não ratificaram a Convenção sobre a Proibição de Minas Antipessoais (Tratado de Ottawa) a fazê-lo imediatamente e a implementar seus termos por completo. Adicionalmente, Guterres incentivou a adesão e aplicação da Convenção sobre Munições Cluster e da Convenção sobre Certas Armas Convencionais, instrumentos cruciais para limitar o sofrimento humano causado por conflitos.
Por fim, o chefe da ONU lembrou os compromissos globais delineados no Pacto para o Futuro, adotado pela Assembleia Geral. Ele exortou as nações a se absterem do uso de armas explosivas em áreas povoadas e a apoiarem todas as ações que visem eliminar, de uma vez por todas, a ameaça representada por minas e outros resíduos explosivos de guerra. A conscientização e a ação coordenada são vistas como fundamentais para construir um futuro onde ninguém precise temer o próximo passo.
com informações da ONU News