Marcos do Val desrespeita ordem do STF e viaja aos EUA; Moraes determina bloqueio de contas

Senador gravou mensagem nos EUA para onde viajou descumprindo ordem do STF

O senador capixaba Marcos do Val (Podemos-ES) desrespeitou uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e viajou para os Estados Unidos, apesar de estar proibido de deixar o país desde agosto de 2024. A restrição havia sido imposta pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmada pela Primeira Turma do STF em fevereiro deste ano, como medida cautelar no âmbito de investigações que envolvem o parlamentar.

Segundo registros oficiais, Do Val desembarcou em Miami na noite do dia 23 de julho de 2025, utilizando seu passaporte diplomático. A viagem foi considerada uma afronta à decisão do Supremo e motivou uma reação imediata do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio de todas as contas bancárias, cartões e chaves Pix do senador. Os bancos foram notificados a executar a medida em até 24 horas.

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, feita diretamente de um parque temático na Flórida, Marcos do Val afirmou que a viagem foi comunicada previamente às autoridades. Ele alegou que enviou com antecedência informações sobre o voo, o hotel e os ingressos, e disse estar nos Estados Unidos com a família. “Não estou fugindo. Tudo está dentro da legalidade. Meu passaporte diplomático é válido até 2027, e meu visto americano vai até 2035”, afirmou o senador.

Apesar da justificativa, o Supremo considera que houve descumprimento deliberado da ordem judicial. Além do bloqueio das contas, o caso pode resultar em outras sanções, como a expedição de mandado de prisão preventiva ou, em última instância, o pedido de extradição, caso o senador não retorne ao Brasil espontaneamente.

Marcos do Val é investigado por suposta participação em uma trama para obstrução de Justiça, coação de autoridades e por envolvimento em atos antidemocráticos. Também é acusado de ter divulgado informações sigilosas de investigações da Polícia Federal. Em razão desses episódios, o STF determinou a apreensão de seus passaportes e a proibição de deixar o território nacional.

Até o momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não se pronunciou oficialmente. O Senado também não comentou o caso, mas poderá ser provocado a analisar eventual processo por quebra de decoro parlamentar.