Projeto Mãos Solidárias, iniciado em 2015 no Centro Prisional Feminino de Colatina, contribui para tratamento humanizado no Hospital São José.
Desde 2015, internas do Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL), no Espírito Santo, participam do projeto Mãos Solidárias, voltado à confecção de perucas, lenços, gorros e próteses mamárias para pacientes oncológicos atendidos no Hospital São José. A iniciativa une ressocialização e cuidado humanizado, com apoio do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc).
De acordo com dados do projeto, já foram doadas 400 perucas e 765 pares de próteses mamárias. Na semana passada, novas doações foram entregues ao hospital: sete perucas, 15 lenços, 20 toucas de tecido, 19 toucas de lã e 12 polvos de crochê.
A psicóloga do Hospital São José, Natália Fadini Assereuy, destaca que os itens doados ajudam a resgatar a autoestima e a dignidade dos pacientes em tratamento. Segundo ela, os efeitos da doença e da quimioterapia vão além do físico e impactam também o emocional. “Essas doações representam uma forma concreta de cuidado, que auxilia o enfrentamento do tratamento”, afirmou.
A Unesc também mantém uma colaboração ativa com o projeto. Neste mês, a instituição doou 900 mechas de cabelo, suficientes para a produção de cerca de 40 novas perucas.
A diretora do CPFCOL, Dayany Rodrigues de Queiroz, ressalta que o projeto contribui para a reintegração social das internas, além de fortalecer uma rede de solidariedade no município. “É uma ação que une responsabilidade social, humanização e transformação por meio do trabalho”, disse.
Como os itens são produzidos
O processo de confecção das perucas começa com a separação das mechas por cor, tamanho e textura. Depois de higienizadas e escovadas, as mechas são divididas em partes específicas, como franja, nuca e costeletas. A base da peruca é feita com touca de poliéster e elastano antialérgico.
Já as próteses mamárias são produzidas com enchimento de polietileno, acrilon e algodão. Ao todo, 765 pares foram doados ao Hospital São José desde o início da ação.
Uma das internas, identificada pelas iniciais E.A.O., afirma que participar do projeto representa uma oportunidade de reparação. “As mesmas mãos que no passado foram usadas para o mal, hoje ajudam quem precisa. Ver a alegria dos pacientes nas entregas é muito gratificante”, declarou.
