
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, registrou alta de 0,43% em abril de 2025, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). O resultado representa uma desaceleração em relação a março, quando o índice foi de 0,56%. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação atingiu 5,53%, ligeiramente acima dos 5,48% registrados nos 12 meses anteriores.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o setor de Transportes apresentou queda (-0,38%), influenciado principalmente pela redução nos preços das passagens aéreas (-14,15%) e combustíveis (-0,45%). Os demais grupos registraram variações positivas, com destaque para Saúde e cuidados pessoais (1,18%), Vestuário (1,02%) e Alimentação e bebidas (0,82%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais, a alta foi impulsionada pelo aumento nos preços dos medicamentos (2,32%), após autorização de reajuste de até 5,09% a partir de 31 de março, e pelos itens de higiene pessoal (1,09%). Em Vestuário, as maiores variações foram observadas em roupas femininas (1,45%), roupas masculinas (1,21%) e calçados e acessórios (0,60%). Já em Alimentação e bebidas, a desaceleração em relação a março (1,17%) foi atribuída a menores altas em itens como batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%), além de quedas nos preços da cenoura (-10,40%), arroz (-4,19%) e frutas (-0,59%).
No setor de Habitação, a variação foi de 0,14%, com destaque para o reajuste nas tarifas de água e esgoto em Goiânia (4,17%) e Recife (9,98%). A energia elétrica residencial registrou queda de 0,08%, refletindo reajustes tarifários em diversas capitais.
Além do IPCA, o IBGE divulgou o Índice Nacional da Construção Civil (SINAPI), que apresentou variação de 0,46% em abril, acima dos 0,35% registrados em março. O custo nacional da construção por metro quadrado passou de R$ 1.810,25 para R$ 1.818,64. A parcela dos materiais teve variação de 0,31%, enquanto a mão de obra aumentou 0,68%, influenciada por acordos coletivos firmados no período.
A região Nordeste registrou a maior variação regional no SINAPI, com 0,74%, impulsionada pela alta na Bahia, que apresentou taxa de 2,32% devido a reajustes salariais nas categorias profissionais.
O cenário atual indica uma desaceleração da inflação mensal, porém com aumento no acumulado anual, o que pode influenciar as decisões de política monetária do Banco Central nos próximos meses.