Incêndios generalizados podem ter liberado 255 megatoneladas de dióxido de carbono na atmosfera

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, publicou dados de satélites de observação que detectaram quase quatro mil incêndios ocorridos nos primeiros 25 dias de agosto. As informações apontam que o fogo na floresta amazônica “aumenta a pressão sobre o clima e o meio ambiente global”, após incêndios florestais excepcionais no Ártico e em partes da África tropical.

O Serviço de Monitorização da Atmosfera do Copernicus da UE, Cams, revela que os incêndios liberaram 255 megatoneladas de dióxido de carbono na atmosfera entre 1 e 25 de agosto, e “quantidades abundantes de monóxido de carbono”.

Agência da ONU documenta prejuízos causados ao clima global em agosto; Serviço de Monitorização da Atmosfera do Copernicus da UE aponta que foram liberadas “abundantes quantidades de monóxido de carbono” em 25 dias.
Incêndios Ativos

As imagens obtidas pela agência espacial americana Nasa levaram os cientistas da Nasa a considerar agosto, o mês marcado por “um aumento notável de incêndios grandes, intensos e persistentes”.

Os especialistas revelaram que embora a seca tenha desempenhado um papel importante para piorar essa situação no passado, o momento e a localização dos incêndios detectados no início da estação seca de 2019 “são mais consistentes com o desmatamento do que com a seca regional”.

A OMM cita um relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e Terra ressaltando que é importante assegurar a diminuição do desmatamento e assegurar a gestão sustentável da terra.

Atmosfera

A instituição lembra que os incêndios emitem o dióxido de carbono, enquanto a perda de florestas leva à redução da absorção de CO2 da atmosfera, favorecendo ainda mais as mudanças climáticas.

Para o diretor de Programas de Observação da Terra da ESA,  à medida que se continua enfrentando a atual crise climática, “os satélites são essenciais para monitorar os incêndios em áreas remotas, especialmente para um componente chave do sistema da Terra, como a Amazônia”.

Além da ameaça direta de queimadas, incluindo para muitas comunidades indígenas, os incêndios florestais também liberam poluentes nocivos. Entre eles estão partículas e gases tóxicos como monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos não mecânicos na atmosfera.

Fumaça

Outro problema é causado pelas partículas e pelos gases da queima de biomassa que podem ser transportados por longas distâncias, afetando a qualidade do ar em regiões distantes. Um dos exemplos dados pela OMM é o da chegada da fumaça da região amazônica a São Paulo, tendo depois alcançado a costa do Atlântico.

A OMM destaca ainda que a ocorrência de incêndios na Amazônia veio na sequência de episódios sem precedentes na Sibéria e em partes do Ártico, da Groenlândia e do Alasca entre junho e julho.

Os incêndios florestais também afetam áreas da Europa e do sul da África tropical, como Angola.

A agência destaca que satélites são frequentemente os primeiros a detectar incêndios em regiões remotas. A ferramenta Modis da Nasa aponta que os que ocorrem em 2019 são os maiores em toda a Amazônia brasileira do que em qualquer ano desde 2010.

De acordo com as previsões, o estado do Amazonas está a caminho de ter um recorde de registro de incêndios este ano.

Fonte: ONU News