Ilhas do Canal: proteção marinha enfrenta revisão crítica na Califórnia

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As Ilhas do Canal, na Califórnia, estão no centro de um debate sobre a preservação dos oceanos. Conhecidas como o “Galápagos americano”, elas abrigam uma rica biodiversidade marinha.

A apenas 23 km da costa sul da Califórnia, encontra-se um vasto paraíso subaquático. Desde 2007, parte das águas ao redor das ilhas é protegida por Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). Essas zonas limitam a pesca e outras atividades para preservar ecossistemas frágeis, como florestas de kelps.

Agora, em 2025, essas áreas passam por uma revisão obrigatória pelo California Fish and Game Commission . Até o início de 2026, o órgão decidirá se mantém, amplia ou reduz as proteções.

Vinte petições foram apresentadas. Algumas pedem mais AMPs. Outras sugerem menos restrições. Entre os pedidos, há propostas para criar cinco novas áreas e expandir oito já existentes.

Dados mostram que as AMPs têm funcionado

Estudos apontam resultados positivos:

  • Lagostas aumentaram 225% fora das AMPs;
  • Biomassa cresceu 80%;
  • Peixes subiram 50% dentro das áreas protegidas em cinco anos.

Segundo Douglas McCauley, biólogo marinho da Universidade da Califórnia, isso acontece porque as espécies se recuperam nas AMPs e migram para fora. Assim, todos se beneficiam, inclusive os pescadores.

Além disso, o turismo ecológico também ganha força. Mergulhadores e pesquisadores visitam o local por sua natureza intocada. O arquipélago não tem estradas nem comércio. A experiência é única.

Mas há resistência

Apesar dos dados, nem todos apoiam as AMPs. Alguns pescadores reclamam da perda de renda e acesso aos recursos. Além disso, pressões políticas dificultam avanços. Em 2017, o governo anterior tentou reduzir proteções em 500 mil km² de águas federais.

Hoje, o clima também afeta as ilhas. Incêndios, erosão e águas mais quentes ameaçam os ecossistemas locais.

Preservar o oceano é proteger o futuro

Para Sandy Aylesworth, especialista do NRDC, proteger o mar é proteger as pessoas. “O oceano sustenta nossas vidas. Precisamos cuidar dele.”

McCauley lembra que o Parque Nacional das Ilhas do Canal tem apenas 20 anos. Com tempo e proteção, ele pode se tornar um legado ambiental duradouro.

Enquanto a decisão final não sai, o mundo observa. O que acontecer ali pode influenciar políticas de conservação em outros países.

O que são florestas de Kelps
Florestas de kelps são ecossistemas marinhos formados por grandes algas marrons do tipo kelps , especialmente da espécie Macrocystis pyrifera . Elas crescem em águas rasas e frias, geralmente ao longo de costas rochosas, criando verdadeiras "florestas" submersas que podem chegar a dezenas de metros de altura.

Como funcionam:
O kelp se fixa no fundo marinho com raízes chamadas fixadores ;
Suas "folhas", ou lâminas, crescem em direção à superfície para capturar luz solar;
São encontradas principalmente no Pacífico, incluindo as costas da Califórnia, Chile, Japão e Nova Zelândia.
Importância ecológica:
Servem como abrigo e alimento para diversas espécies marinhas, como peixes, tartarugas, polvos, leões-marinhos e aves;
Contribuem para a absorção de dióxido de carbono (CO₂) e produção de oxigênio;
Ajudam a estabilizar o solo marinho e reduzir a erosão costeira.
Ameaças:
Poluição e aumento da temperatura da água afetam seu crescimento;
Sobrepesca pode desequilibrar o ecossistema (por exemplo, o excesso de ursos-do-mar, que comem ouriços, pode levar à destruição das florestas);
Eventos climáticos extremos também colocam pressão sobre esses ambientes.
Curiosidade:
As florestas de kelps crescem rapidamente — algumas espécies podem crescer até 60 centímetros por dia !