O IBGE disponibilizou nesta segunda (04) o conjunto completo de mapas contendo informações em Geologia (rochas), Geomorfologia (relevo), Pedologia (solos) e Vegetação para todo o Brasil. São as últimas 122 cartas para composição do território brasileiro, na escala cartográfica de 1:250.000, algo inédito no país. Até julho de 2018, esse mapeamento irá integrar um banco de dados digital aberto a consultas via internet. As informações estão em arquivos vetoriais do tipo shapefile, que podem ser editadas em softwares de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), permitindo o cruzamento com diferentes temas ou com informações de outras instituições. Desenvolvido ao longo de quase duas décadas, o mapeamento dos recursos naturais do território brasileiro subsidia estudos ambientais e pode ser visualizado aqui.
O levantamento teve início no final da década de 1990. Suas informações foram consolidadas através da interpretação de imagens de satélites e de diversos trabalhos de campo por todo o Brasil.
A escala cartográfica adotada de 1:250.000 permite um nível de detalhamento regional e carrega uma herança metodológica e informacional dos projetos RADAMBRASIL (Radar da Amazônia), iniciado nos anos 1970 e encerrado em 1985, e SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia). É uma grande conquista para o Brasil, uma vez que poucos países no mundo dispõem de um mapeamento contínuo de todo seu território nessa escala. Outra inovação é a disponibilização dos dados geoespaciais de forma catalogada e interoperável, o que permitirá a integração das informações geocientíficas.
A publicação integra o Projeto de Levantamento de Recursos Naturais do IBGE e traz informações que servem de insumo para políticas públicas, além de contribuir para a construção de indicadores de acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O uso de uma única metodologia para o território brasileiro torna estes mapeamentos comparáveis entre si e passíveis de uma futura integração com outros temas, como o risco de deslizamentos, a fragilidade ambiental, o potencial agrícola, vulnerabilidade da biodiversidade, entre outros, dando suporte ao planejamento ambiental e à elaboração e aplicação da legislação ambiental.
Internet
Até julho de 2018, as quatro camadas do mapeamento estarão integradas a um banco de dados digital, aberto a consultas da sociedade civil e das três esferas do setor público. Empresas que desenvolvem atividades relacionadas a manejo florestal, mineração, área agrícola, infraestrutura de transporte, de energia e comunicação, óleo, gás, entre outros, também poderão explorar livremente estas informações.
Os usuários poderão acessar as descrições das unidades básicas dos mapeamentos, assim como os dados pontuais coletados em campo pelos pesquisadores do IBGE, além de todo o seu registro fotográfico.