
A Faixa de Gaza está vivendo um colapso total de sua infraestrutura de saúde. De acordo com relatório recente da Médicos Sem Fronteiras (MSF), 94% dos hospitais permanecem destruídos ou impossibilitados de operar, e os poucos que resistem estão gravemente danificados. A devastação vai além dos prédios: há falta de água potável, eletricidade, medicamentos, comida e saneamento básico . Em consequência, doenças transmissíveis como diarreia e hepatite avançam rapidamente. Além disso, a MSF alerta que o bloqueio de alimentos e insumos médicos pode ser interpretado como uso do “alimento como arma de guerra”. Por fim, condições de bombardeios constantes, ausência de luz e esgoto exposto agravam ainda mais a crise humanitária.
Cenário de destruição
Profissionais da MSF que visitaram Gaza descrevem um território “transformado em terra devastada” pelos intensos bombardeios israelenses, com quase todos os edifícios de saúde arrasados. A coordenadora Damares Giuliana chamou os fatos de “limpeza étnica”, uma possível violação de direitos humanos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça: dos 36 hospitais, apenas 19 ainda têm algum grau de funcionamento, sendo que apenas 12 têm serviços parcialmente ativos. No norte de Gaza, o sistema de saúde foi reduzido a escombros, com hospitais importantes — como Kamal Adwan, Al Shifa e Indonésio — destruídos ou inutilizados.
Colapso dos serviços e epidemias
Com as estruturas hospitalares comprometidas, os poucos leitos disponíveis chegam a cerca de 2.000 para mais de 2 milhões de habitantes — número significativamente abaixo da demanda . Além disso, em regiões como Jabalia, passaram de 2.000 leitos antes da guerra para apenas 350.
A falta de água tratada e saneamento operante desencadeou surtos de diarreia aguda, hepatite, entre outras doenças que matam sem dificuldade. Em apenas duas semanas, mais de 19 mil casos de diarreia foram registrados .
Responsáveis e denúncias
Desde março de 2025, Israel impôs forte bloqueio à entrada de ajuda humanitária, restringindo alimentos, combustíveis, remédios e insumos médicos. A MSF expõe que refugiados sofrem ataques enquanto tentam buscar comida em centros autorizados, com mais de 500 mortos e quase 4.000 feridos só nessa operação.
A ONG exige o desmantelamento da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por EUA e Israel, pois ela “funciona como armadilha mortal” para a população.
Vídeos do terror e inverno já próximo
Em maio, um bombardeio devastador atingiu o Hospital Europeu de Gaza, em Khan Younis, com explosões contínuas durante cerca de 30 minutos e bombas “bunker buster”. Como resultado, pacientes, profissionais e veículos foram destruídos, além do abastecimento vital cortado. Enquanto as temperaturas caem — e o inverno já assombra — sem abrigos adequados, sem água ou eletricidade, a Organização Mundial da Saúde e a MSF exigem cessar-fogo imediato e proteções urgentes ao sistema de saúde .
Caminhos para reverter o colapso
- Cessar-fogo imediato para permitir reconstrução e acesso humanitário;
- Desbloquear fronteiras para entrada irrestrita de alimentos, remédios e combustível;
- Proteger instalações de saúde, evitando bombardeios e ocupações militares;
- Reorganizar a distribuição de ajuda, com supervisão neutra e segura;
- Reparar saneamento e bombear água, evitando epidemias.
Sem essas medidas urgentes, torna-se impossível reverter um quadro com risco de genocídio e colapso total dos direitos humanos.