O secretário-geral da ONU disse que a “educação deve ser a paixão de todos os governos, mas também dever ser a paixão da comunidade internacional.” António Guterres participava, em Nova Iorque, no lançamento do Fundo Financeiro Internacional para a Educação. O mecanismo, criado pelo ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, tem o apoio da ONU e do Banco Mundial.
Petição
Guterres afirmou que “muito progresso foi feito” nas últimas décadas, mas que 264 milhões de crianças e adolescentes continuam sem ir à escola.
O chefe da ONU diz que foi sempre uma surpresa a pouca atenção dada ao tema no trabalho humanitário. Segundo ele, “o financiamento humanitário para a educação era, e continua a ser, extremamente reduzido.”
Para o secretário-geral, “é importante começar cedo, não dar prioridade aos que estão relativamente bem, mas aos que são marginalizados, e cuidar da qualidade da educação.” Segundo ele, “não é suficiente ter educação, a qualidade é essencial.”
Durante a cerimónia, os dois representantes receberam uma petição assinada por 1,5 milhão de jovens em todo o mundo destacando maiores investimentos em educação. O documento foi entregue por ativistas da Índia, do Quénia e da Serra Leoa.
Guterres considerou importante que a iniciativa “venha da vontade das pessoas, dos jovens que querem construir um futuro melhor, e do reconhecimento da comunidade internacional de que a educação é, não só a base para o desenvolvimento e paz, mas também um instrumento fantástico para os desafios enfrentados.”
Segundo uma nota do porta-voz do secretário-geral, o mecanismo vai tornar disponíveis $US 10 bilhões para investimentos em educação.
O novo mecanismo vai trabalhar em conjunto com o Comitê para a Educação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030, coordenado pela Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Guterres acredita que o novo fundo vai facilitar a angariação de fundos para a educação. O chefe da ONU saudou o apoio do Banco Mundial e dos Bancos de Desenvolvimento Regional à proposta e disse esperar apoio dos Estados-membros.
O secretário-geral lembrou ainda que, na próxima década, 1 bilhão de crianças vão entrar no mercado de trabalho.
Segundo ele, “a educação precisa de resolver as necessidades de hoje, mas também precisa preparar para o futuro, e o futuro está a mudar muito rapidamente.”
Guterres terminou com um apelo, dizendo “vamos tornar o impossível possível.”