Guerra comercial se agrava: Trump eleva tarifas para 125% e China reage com 84%

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A guerra comercial entre Estados Unidos e China atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (9), após o presidente Donald Trump aumentar a taxação sobre produtos chineses para 125% e o governo chinês responder elevando suas tarifas contra os EUA para 84%.


O conflito tarifário entre as duas maiores economias do mundo se intensificou nesta quarta-feira (9), com anúncios de medidas agressivas de ambos os lados. Pela manhã, o Ministério das Finanças da China comunicou o aumento das tarifas de importação de produtos norte-americanos de 34% para 84%, com efeito imediato a partir desta quinta-feira (10). Poucas horas depois, o presidente Donald Trump endureceu ainda mais o embate ao elevar a taxação sobre produtos chineses de 104% para 125%.

As ações marcam um novo capítulo na guerra comercial iniciada em abril, quando Washington impôs um tarifaço contra quase todos os seus parceiros comerciais. A China retaliou prontamente, e desde então os dois países têm escalado o conflito.

Em nota oficial, o governo chinês criticou duramente as medidas norte-americanas.

“A decisão dos EUA é um erro atrás do outro. Viola os direitos legítimos da China, prejudica o comércio global e ameaça a estabilidade da economia mundial. É um exemplo claro de unilateralismo e intimidação econômica”, afirmou o Ministério das Finanças chinês.

Pequim pediu a suspensão imediata das tarifas norte-americanas e defendeu um retorno ao diálogo com base no respeito mútuo. Apesar da tensão, as bolsas chinesas encerraram o dia em alta, sinalizando confiança do mercado interno na capacidade de adaptação da economia nacional.

Do lado norte-americano, Trump utilizou as redes sociais para justificar a nova rodada de aumentos, acusando a China de “explorar os EUA por décadas” e prometendo que essa postura não será mais tolerada.

“Com base na falta de respeito da China aos mercados globais, estamos subindo a tarifa para 125%. Esperamos que Pequim entenda que essa exploração não é mais aceitável”, escreveu o presidente.

Em movimento paralelo, Trump anunciou uma redução temporária das tarifas de importação de 75 países para 10%, válida por 90 dias. Segundo ele, a decisão se deve ao fato de esses países não terem retaliado os EUA e estarem abertos ao diálogo.

Para analistas, as medidas de Trump são parte de uma tentativa de reverter a desindustrialização dos EUA, que nas últimas décadas perderam competitividade para mercados asiáticos. Contudo, há ceticismo entre economistas quanto à eficácia dessas políticas protecionistas. A principal preocupação é o aumento da inflação dentro dos Estados Unidos, que pode agravar os custos para empresas e consumidores.

O cenário ainda é incerto, mas a escalada nas tarifas sinaliza que a disputa entre EUA e China está longe de terminar — e os efeitos já são sentidos nos mercados e na economia global.