ES tem quatro casos suspeitos de febre amarela

febre-amarelaQuatro capixabas estão internados com suspeita de ter contraído a Febre Amarela. Três deles são dos municípios Conceição do Castelo, São Roque do Canaã e Muniz Freire. Todos têm quadro de saúde estável. As informações são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que, não disse de onde é o quarto internado, mas reforçou que, de acordo com o Ministério da Saúde, o Espírito Santo não é área de risco para a doença.

O Secretário estadual de saúde, Ricardo de Oliveira, disse que o ES continua sem recomendação de vacinação contra essa doença e que não há motivo para pânico, pois, tecnicamente, não existe indício que motive o início de vacinação para toda a população.

Mesmo assim, como medida preventiva, serão vacinados os moradores de municípios vizinhos a Minas Gerais onde foram registrados mais de 47 casos suspeitos da doença.

O médico infectologista Lauro Ferreira alertou que a vacina não deve ser administrada de forma indiscriminada.

“Esta não é uma vacina inofensiva, ela tem contraindicações. Vacinar inadvertidamente pode trazer risco para algumas pessoas, além de afetar o fluxo da vacina para quem precisa. O Ministério da Saúde já enfrentou situações como esta anteriormente porque isto é cíclico no Brasil. Basta ler notícias de anos anteriores que vão encontrar relatos de casos em alguns estados. E a ação é esta: fazer bloqueio na região onde tem caso confirmado, que é o que a Secretaria de Estado da Saúde está fazendo”, detalhou o médico.

O secretário Ricardo de Oliveira destacou que não há casos confirmados de humanos ou de macacos infectados pela febre amarela no estado, e que não há registro da doença no Espírito Santo há pelo menos 50 anos. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre. “Todas as nossas ações visam proteger a população capixaba. Estou apelando para o bom senso das pessoas. Sempre procurou os postos de vacinação quem precisava viajar para áreas de risco, e a orientação continua sendo esta”, frisou o secretário.

Oliveira lembrou, ainda, que os macacos não são os transmissores da doença. A febre amarela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue, zika e chikungunya. Ele disse que a população pode e deve continuar contribuindo com as ações de combate ao mosquito. “Os macacos não são os vilões. Na verdade, eles são um indicador de que algo está errado e servem de alerta para que possamos monitorar a situação epidemiológica”, comentou.

O infectologista Lauro Ferreira complementou salientando que os macacos passíveis de infecção por febre amarela vivem em áreas silvestres, não nas cidades.

As informações foram repassadas durante coletiva na sede da Sesa.

Vacinação cautelar

Como medida preventiva, o Estado e o Ministério da Saúde decidiram vacinar os moradores dos municípios que fazem divisa com Minas Gerais, onde estão sendo investigados casos da doença, e também pelo fato de a região ser formada por uma mata contínua, sem barreiras com o estado.

Os municípios que irão vacinar a população como medida cautelar são: Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Brejetuba, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha, Mucurici, Pancas, Afonso Cláudio, Ecoporanga, Colatina, Itaguaçu, Governador Lindenberg, Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante, São Roque do Canaã e São Gabriel da Palha.

“Não pensem que vacinando esses municípios, que ficam no interior, os demais vão ficar desprotegidos, pois esta estratégia de vacinação que será implementada visa a proteção de todos. Não precisamos vacinar todo mundo, de Leste a Oeste e de Norte a Sul do estado. Vamos fazer uma vacinação de bloqueio”, argumentou o secretário de Estado da Saúde, acrescentando que quem vai se deslocar para um desses 26 municípios não precisa tomar a vacina porque o Programa Nacional de Imunizações não caracteriza o Espírito Santo como área de risco. Somente quem mora na região será vacinado preventivamente.

Para esta vacinação cautelar, o Ministério da Saúde irá encaminhar ao Espírito Santo 350 mil doses da vacina contra febre amarela, que devem chegar nesta quarta-feira (18). A vacinação imediata contra febre amarela deve ser, preferencialmente, para pessoas que vivem em áreas rurais dos municípios e para quem nunca se imunizou contra a doença.

Para o restante do estado, a recomendação de vacinação continua a mesma: apenas pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata localizadas em áreas de risco para febre amarela devem se imunizar. As vacinas para atender a este público – 150 mil doses solicitadas ao Ministério da Saúde – devem chegar ao estado ainda nesta semana.

No Brasil, quase todos os estados têm regiões com recomendação de vacinação. Além do Espírito Santo, os estados que não têm recomendação para vacina são Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Casos suspeitos

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que recebeu a notificação de quatro casos suspeitos com quadro indicativo de febre amarela, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas semelhantes. Os casos estão sendo investigados. Até o momento, não há confirmação da doença no Espírito Santo, nem em animais nem em humanos.

Vacinação

A vacinação contra febre amarela segue critérios recomendados pelo Programa Nacional de Imunizações. O Ministério da Saúde alerta que, nos casos de pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação médica de risco-benefício. Pessoas com histórico de reação alérgica a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos com proteína bovina), além de pacientes com histórico anterior de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, ausência de timo ou remoção cirúrgica) também devem buscar orientação profissional.

O Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação de duas doses da vacina contra febre amarela, válidas para a vida toda. O viajante deve buscar uma unidade municipal de saúde caso ainda não tenha tomado a primeira dose da vacina ou a dose de reforço. Se for a primeira vez que a pessoa é vacinada, a dose deve ser aplicada pelo menos dez dias antes da viagem para que o organismo produza anticorpo contra a doença.

Quanto aos viajantes internacionais, alguns países exigem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), que é obtido mediante apresentação do Cartão Nacional de Vacinação – comprovante válido em todo o território brasileiro – em um Centro de Orientação do Viajante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Espírito Santo, o Centro de Orientação do Viajante funciona no aeroporto de Vitória.

Orientação para vacinação contra febre amarela para residentes em área com recomendação da vacina ou viajantes para essa área

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