
Apesar de leve recuo no volume, aumento nos preços impulsiona faturamento do setor
O Brasil exportou 3,977 milhões de sacas de café em janeiro de 2025, um leve recuo de 1,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, a receita obtida com as exportações cresceu 60%, atingindo US$ 1,3 bilhão, impulsionada pela alta dos preços do produto no mercado internacional. Os dados são do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Desempenho positivo em meio a desafios
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, avalia o desempenho das exportações como positivo, considerando o período de entressafra no Brasil e os desafios logísticos enfrentados pelo setor. “Podemos considerar como boa a performance das exportações, em janeiro, quando comparadas com o mesmo período de 2024”, afirma Ferreira.
Arábica lidera exportações, mas canéfora perde espaço
O café arábica continua sendo o principal tipo de café exportado pelo Brasil, representando 82,4% do total embarcado em janeiro. No entanto, as exportações de café canéfora (conilon + robusta) sofreram uma queda de 28,9% em relação ao ano passado, devido à maior competitividade dos cafés vietnamitas e indonésios.
Cafés industrializados e diferenciados em destaque
Os cafés industrializados, como o café solúvel, e os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou certificação de práticas sustentáveis, apresentaram bom desempenho em janeiro. As exportações de café solúvel cresceram 24,8%, enquanto as de cafés diferenciados aumentaram 24,5%.
Estados Unidos e Alemanha são os principais destinos
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino do café brasileiro, respondendo por 17,9% do total exportado em janeiro. A Alemanha, com 11,5% de participação, ocupa o segundo lugar no ranking dos principais importadores.
Expectativas para os próximos meses
O Cecafé espera que as exportações de café canéfora e arábica se mantenham em patamares menores nos próximos meses, devido à entrada da nova safra de café no Vietnã e à maior competitividade de outros países produtores. No entanto, a entidade ressalta que o Brasil tem potencial para ampliar sua participação no mercado internacional de café, especialmente no segmento de cafés diferenciados.