Espírito Santo exportou volume recorde de café solúvel em 2021, mas café arábica em decepcionou

A exportação de café solúvel pelo Espírito Santo ultrapassou a marca de 414 mil sacas de 60 quilos em 2021, maior volume da história, superando em 8% o recorde anterior (382 mil sacas em 2020). A receita obtida com a exportação de solúvel em 2021 foi de 46 milhões de dólares, ligeiramente superior à de 2020. “Desde o ano de 2017, as exportações de café solúvel pelo Espírito Santo vêm crescendo ininterruptamente, a uma média de 7% ao ano, como resultado de um longo trabalho de planejamento e promoção comercial realizado pelas indústrias exportadoras, aliado ao crescimento do consumo mundial de café solúvel”, explica Márcio Candido Ferreira, Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV). “Se analisado o crescimento de 2018 a 2021, a média salta para 10% ao ano. Em cinco anos, o crescimento não foi maior por fatores ligados à crise econômica em 2014, pouca oferta de matéria prima de 2016 a 2017 e, mais recentemente, à elevação expressiva dos preços dos insumos “, acrescenta Ferreira.

O total das exportações capixabas de café em 2021, sob todas as formas, foi de 4,6 milhões de sacas, resultado 28% inferior que o verificado em 2020. A receita cambial de 2021 somou 513 milhões de dólares, ficando 6% abaixo da receita do ano anterior. Foram exportadas 3,1 milhões de sacas de café conilon, 34% a menos que no ano passado, perfazendo uma receita cambial de 302 milhões de dólares, ou 19% a menos que em 2020. De café arábica, exportou-se um total de 1,02 milhões de sacas, resultado 15% menor que um ano antes, computando-se uma receita cambial de 165 milhões de dólares, alta de 27% em relação a 2020.

Para o Presidente do CCCV, chama atenção o fato de que as exportações de café arábica pelo Espírito Santo seguem caindo com o passar dos anos; o volume registrado em 2021 é o menor em 22 anos e, possivelmente, o Espírito Santo não tem uma exportação de café arábica tão baixa desde o ano de 1983, mesmo com o crescimento da produção de lá pra cá. O aparato logístico do Espírito Santo não tem sido capaz de dar competitividade para escoar a produção de café arábica local e de regiões produtoras vizinhas. “Para além da estrutura logística limitada, fatores específicos que contribuíram para a redução dos embarques em 2021 foram: a valorização do preço do café conilon diante de seu concorrente, o robusta do Vietnã e a crise logística global que impactou em rolagens de cargas, elevação do custo do frete internacional e disponibilidade limitada de contêineres”, justificou Márcio.

Os dez países para os quais o Espírito Santo mais exportou café no ano de 2021 foram: México (com mais de 712 mil sacas, praticamente todas de café conilon); Estados Unidos, com mais de 683 mil sacas (sendo mais de 511 mil de conilon, mais de 121 mil de solúvel e o restante de arábica); Indonésia, com mais de 329 mil sacas (sendo mais de 262 mil delas de café solúvel e mais de 67 mil delas de arábica); Turquia, com mais de 319 mil sacas (sendo mais 310 mil de arábica, mais de 8 mil de solúvel e o restante de café conilon); Alemanha, com mais de 298 mil sacas exportadas (sendo mais de 211 mil delas de conilon e mais de 86 mil de arábica); Espanha, com quase 252 mil sacas exportadas (praticamente todas de café conilon); Colômbia, com quase 252 mil sacas exportadas (sendo mais de 213 mil de conilon, mais de 37 mil de arábica e o restante de café solúvel; Argentina, com mais de 240 mil sacas (sendo mais de 120 mil de café conilon, quase 119 mil de arábica e o restante de solúvel), Argélia, com mais de 183 mil sacas exportadas (sendo quase 165 mil delas de café conilon e o restante de arábica) e Rússia, com mais de 178 mil sacas exportadas (praticamente todas de café conilon).