
Roberto Andrade
O Brasil tem na presidência um ex-militar que gosta de demonstrar a cada momento que é uma cavalgadura. Um ser que aposta na deselegância como forma de vida. Alguém que adora exibir sua ignorância como se fora uma virtude.
Se fosse apenas ele, vida que segue. Mas, para nossa vergonha, milhões se espelham nesse comportamento e, pior, têm orgulho em divulgá-los e apregoar sua ignomínia aos quatro cantos:
São os com carrões e máscaras fazendo carreatas para que seus empregados voltem ao trabalho usando meios de transporte lotados;
São os que pedem o fechamento do Congresso e o Supremo Tribunal Federal e a volta da ditadura no Brasil, mas criticam o regime cubano, o chinês, o russo;
São os que destinam 600 reais como ajuda emergencial dois meses depois do problema começado e criam dificuldades que forçam as pessoas a se aglomerar na porta de bancos e lotéricas em meio a uma pandemia;
São os que fazem buzinaço na porta de hospital lotado com infectados com coronavírus e impedem a entrada de ambulâncias;
São os que riem quando o “mito” diz que não pode fazer nada diante de mais de cinco mil mortos e que apesar de se chamar Messias não faz milagres;
São os que reproduzem pronunciamentos em que o presidente chama a covid-19 de “gripezinha”;
São os que concordam quando ele tenta jogar a culpa das mortes nos governadores e prefeitos e o aplaudem como “estrategista político”;
São os que invadem igrejas católicas e terreiros de Umbanda e Candomblé para destruir imagens de santos e os que os apoiam;
São os que criam e os que reproduzem notícias falsas apenas para defender interesses políticos e econômicos;
São os que desejam o ‘quanto pior melhor’ para poder bater no peito e dizer ‘eu avisei’;
São tantos e de tantos matizes os idiotas em exercício que não há como fugir às perguntas: somos assim mesmo, nós, os brasileiros? O presidente eleito nos representa à fidelidade? Essa é a nossa face real?
Claro que não!
Nossa alma é a solidariedade e o amor ao próximo. A comprovação está em toda parte. Temos exemplos de que somos gente de bem em todas as esquinas desse país (Brasília, infelizmente, não tem esquinas, especialmente nas áreas onde circulam os políticos).
Esse energúmeno não é o Brasil! Não é a Constituição! Não é nada!
E daí que ele está presidente?
Brevemente, como tantos outros, será apenas história.