3×1
Um candidato a presidente de dedo em riste afirma aos quatro cantos que é incomível, imbroxável e incorruptível. Eleito, pouco depois, se vê que a corrupção está entranhada em seu governo. Não seria lógico consultar a esposa sobre as duas primeiras afirmações? Só pra checar?
A “ex” vale mais
Mas nós jornalistas somos seletivos, preferimos ouvir as ex-esposas. Tem aquela do general que está doida para colocar os podres pra fora. Por enquanto, não a quiseram ouvir, mas, com certeza, ela já está falando.
Cloroquina, Covaxin e Amazônia
Duas drogas ligadas à Índia de uma maneira ou de outra complicam a vida de Bolsonaro. Logo ele que sempre atacou os índios brasileiros. Não esconde de ninguém que por ele, aquele monte de terras dos índios deveria ser entregue à exploração econômica branca. Nomeou um Ministro do Meio Ambiente afinadinho. O advogado Ricardo Salles que correu do cargo para não ser preso na investigação sobre exploração e exportação ilegal de madeira na Amazônia. Mas deixou um preposto afinado com ele, ou seja, a boiada segue passando.
Miranda e Miranda
Os dois Mirandas sacudiram a República. Cagoetaram o presidente à CPI, depois de terem cagoetado ao próprio presidente que no Ministério da Saúde havia uma “quadrilha” levando grana na compra de vacinas. Só que o presidente já sabia, afinal era o líder dele na Câmara que operava o esquema. Daí não ter chamado a Polícia para prender o ladrão, mas avisado ao ladrão para “conversar” com o denunciante e oferecer um pixulé! Resultado: o denunciante cagoetou mais ainda.
Ônix, macho para caramba (só que não)
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, pulou e cuspiu em todas as direções. Fez risquinho no chão e chamou o Deputado Federal Luiz Miranda para pisar e “xingar” a mãe. Coisa de moleque de escola que sabe não ter “bala na agulha” para “encarar” ninguém. Logo que Miranda partiu para a briga ele correu. Onde está o “macho”? Escondido no palácio e caladinho…
Covaxin, não!
Um bilhão e seiscentos milhões de reais em 20 milhões de doses de vacinas indianas. Segundo o governo o contrato não tinha irregularidades, mas decidiu suspender a compra. Deixa-me ver se entendi: o contrato não tem irregularidades? Não! O dinheiro está emprenhado para o pagamento? Sim! A empresa tem capacidade de entrega? Sim! Porquê suspender??? Com a palavra o Ministro das 516 mil mortes…
Super impeachment
Entidades da sociedade civil, parlamentares, partidos políticos juntaram 120 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro protocolados na Câmara dos Deputados e entregaram ao presidente da Câmara, Arthur Lira, um superpedido de afastamento. Só que Lira é parça de Bolsonaro que o ajudou a assumir a Câmara e já disse que com ele não tem impeachment. Pela Lei só o presidente da Câmara pode dar início ao processo no parlamento. Então… só a rua salva. Porque político só tem medo de uma coisa: perder votos. Se Lira ver ameaçada sua reeleição, Bolsonaro será traído sem dó nem piedade. Mas até lá, Lira vai fazer o presidente sangrar arrancando o que puder do governo.
A vaga
Muita coisa vai mudar a partir de 12 de julho. O Ministro Marco Aurélio de Mello deixa o Supremo Tribunal Federal (STF). Até lá, vamos conhecer o ministro “terrivelmente evangélico” que Bolsonaro vai nomear. Após essa nomeação saberemos como fica a vida do presidente no Poder Judiciário. Alguns nomes aparecem na corrida, após a saída de Sérgio Moro, que virou um desafeto: o do ministro da Justiça e Segurança Pública, o presbiteriano André Mendonça; o do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o adventista Humberto Martins; e o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, o batista William Douglas. Por fora, temos, ainda sonhando, o Procurador Geral da República, Augusto Aras. Ele tem o poder de colocar Bolsonaro na “mira do tira” e o presidente sabe bem disso. Um agrado nesse nível poderia blindá-lo por alguns meses.