Brasileira é encontrada morta após trilha em vulcão ativo na Indonésia; corpo é resgatado – tragédia mobiliza autoridades e alerta para riscos

Brasileira é encontrada morta após trilha em vulcão ativo na Indonésia; corpo é resgatado – tragédia mobiliza autoridades e alerta para riscos

Frase‑chave:
Resgate de brasileira morta em vulcão na Indonésia ressalta riscos de turismo de aventura.

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Indonésia, vulcão, turismo de aventura, segurança, resgate, meio ambiente, tragédia

Na manhã de ontem (24 de junho de 2025), equipes de resgate na Indonésia recuperaram o corpo de uma brasileira que desapareceu dias antes durante uma trilha em um vulcão ativo. O resgate, que contou com o apoio de drones e bombeiros locais, já foi confirmado pela embaixada brasileira no país.

A vítima, identificada como Juliana Marins, participava de um passeio turístico para escalar o atual vulcão em atividade. De acordo com relatos, ela enfrentou condições difíceis no terreno, marcado por empoçamento de lama, emissões de gases tóxicos e falta de sinalização adequada.

“Trilha na Indonésia é muito difícil, mas ninguém te explica isso”, comentou um montanhista que acompanhava Juliana. A embaixada destacou que “o corpo da brasileira foi içado e levado até a base de trilha”, reforçando a seriedade dos esforços de resgate.

Autoridades da Indonésia estão conduzindo a investigação sobre as causas exatas do acidente, ressaltando que acidentes em áreas vulcânicas são frequentes. Médicos legistas locais devem emitir laudo conclusivo nas próximas 48 horas.


A Indonésia abriga mais de 120 vulcões ativos, muitos deles populares entre os turistas de aventura. Acidentes por intoxicação — devido ao enxofre e outros gases — e quedas em terrenos íngremes não são raros. Em 2023, ao menos 30 turistas sofreram incidentes em vulcões na região.

Especialistas em segurança de turismo apontam que uma melhor sinalização, acesso a guias treinados e informações sobre riscos geológicos seriam medidas essenciais para prevenir tragédias. Para o geólogo e professor da USP, Dr. Marcos Almeida, “a sinalização deficiente e a falta de conscientização expõem caminhantes a riscos evitáveis”.

Análises e reações
Organizações de turismo internacional têm feito apelos por regulamentações mais rígidas. A Associação Turística da Indonésia afirmou estar “avaliando protocolos de segurança e considerando licenciamento obrigatório de guias nas trilhas vulcânicas”.

No Brasil, o Ministério de Relações Exteriores emitiu nota indicando que continua em contato com autoridades locais para prestar assistência à família e acompanhar o processamento legal ou logístico.

Redes sociais, especialmente Twitter/X, registraram mobilização com as hashtags Juliana e Indonésia, que figuravam entre os assuntos mais comentados no Rio e no Brasil nesta manhã.

Declaração da Família

Em entrevista ao UOL, a irmã da vítima, Larissa Marins, relatou que Juliana “era apaixonada por viagens e natureza, mas nunca se arriscava sem estudar o destino. Ela confiou nas informações que recebeu lá e infelizmente não havia suporte suficiente”.

A família criticou a ausência de sinalização adequada e a falta de comunicação emergencial:

“Ninguém informou que o local era considerado de risco alto. Ela foi com a crença de que era seguro”, afirmou o pai, Seu Ernesto.

Especialistas

Para o geógrafo e consultor ambiental Cláudio Farias, da Universidade de Brasília (UnB), “muitos roteiros de aventura em países tropicais carecem de critérios internacionais de segurança. A Indonésia, por exemplo, tem áreas com atividade sísmica constante, o que exige protocolos rigorosos e alertas em tempo real”.

Já a montanhista experiente e guia de expedições Laura Nunes explica que a altitude e os gases liberados por vulcões ativos podem afetar rapidamente a saúde de quem não está fisicamente preparado:

“A cada 100 metros, a saturação de oxigênio no corpo reduz. Combinado a gases como dióxido de enxofre e monóxido de carbono, o resultado pode ser desorientação, náusea e até morte súbita.”

Segundo ela, muitos turistas não se dão conta de que uma trilha em vulcão não é uma “caminhada comum” — trata-se de uma experiência de risco que exige planejamento, equipamentos específicos e, preferencialmente, guias certificados.

Contexto: o risco invisível dos vulcões

A Indonésia possui mais de 120 vulcões ativos — o maior número no mundo. De acordo com dados do Volcano Discovery, o Marapi está entre os dez mais perigosos da região por causa da frequência de atividades sísmicas e do tipo de solo instável. Ainda assim, permanece como destino popular entre mochileiros e amantes da natureza.

Em 2023, o país registrou mais de 35 acidentes graves envolvendo turistas em trilhas de alta montanha, a maioria por falta de guias e ausência de comunicação via rádio.

Reações e repercussão

Nas redes sociais, o caso teve grande repercussão. No Brasil, a hashtag #JustiçaPorJuliana ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter/X nesta terça. A comoção levou o Itamaraty a emitir uma nota reforçando o alerta sobre cuidados em destinos de risco.

O Ministério do Turismo brasileiro também declarou que irá incluir mais informações sobre trilhas internacionais perigosas em suas campanhas de orientação a viajantes.

Dicas de segurança para trilhas em áreas de risco

Especialistas listam medidas essenciais para quem pretende fazer turismo de aventura em locais como a Indonésia, Chile, Nepal e outros países com atividade vulcânica:

Pesquise o destino em sites de confiança e verifique alertas sísmicos.
Contrate guias locais certificados e evite trilhas não supervisionadas.
Evite trilhas sozinho(a), mesmo com boa forma física.
Use GPS com rastreamento ao vivo e compartilhe sua rota com familiares.
Leve máscara apropriada em áreas com possível emissão de gases.
Esteja preparado para mudanças climáticas bruscas e variações de altitude.
Tenha seguro viagem com cobertura para resgate em áreas remotas.

Mais estrutura, menos vítimas

A morte de Juliana Marins representa mais que uma tragédia isolada — expõe a fragilidade das práticas de segurança em destinos turísticos de alto risco e o despreparo de muitos visitantes. Cabe às autoridades e operadores do setor rever protocolos e conscientizar os turistas.
O episódio trágico, reforça a urgência de medidas mais estruturadas para assegurar a integridade de turistas nas trilhas de vulcões ativos, tanto na Indonésia quanto em outros destinos similares. A tragédia acende o alerta para a necessidade de conscientização, preparo e regulamentação em roteiros de aventura. Autoridades locais e internacionais, assim como operadores turísticos, devem atuar com maior rigor técnico e informativo. Afinal, o turismo de aventura só deve ser emocionante — nunca fatal.