O dado é do estudo “Trajetórias de mitigação e instrumentos de políticas públicas para o alcance das metas brasileiras no Acordo de Paris”, uma das publicações lançado pela ONU Meio Ambiente e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em Brasília. O projeto de cinco anos foi realizado pelas duas instituições e procurou identificar as opções de redução de emissões de gases de efeito estufa no país, assim como seus impactos na economia nacional.
A mudança do clima é um dos maiores desafios do nosso tempo, gerando impactos ambientais que vão desde enchentes e grandes secas a desequilíbrios da biodiversidade e consequências graves para a saúde humana. Nos últimos anos, o assunto tem reunido governos, empresas, terceiro setor e academia na busca de soluções para evitar o aquecimento do planeta e, ao mesmo tempo, combater futuras mudanças e se adaptar àquelas já irreversíveis.
Nesse contexto, o Brasil desenvolve uma série de ações a nível nacional, entre elas o projeto “Opções de Mitigação de Emissões de Gases de Efeito Estufa em Setores-Chave do Brasil”, que analisou de que forma os principais setores nacionais como indústria, energia, transportes, domicílio, serviços, agricultura, florestas, gestão de resíduos, entre outros, podem ser peças fundamentais para o alcance das metas do Acordo de Paris no Brasil.
Com informações para viabilizar uma economia de baixo carbono no país, a pesquisa e suas publicações têm o objetivo de auxiliar atores centrais do governo brasileiro na tomada de decisão ao estimar os potenciais e os custos de abatimento das emissões. Denise Hamú, representante da ONU Meio Ambiente, destacou: “O projeto é inovador. Diminui a distância entre governo, setor privado e academia, trazendo mais homogeneidade nos dados e informações sobre o tema no país, além de ser uma oportunidade ímpar para engajar os representantes dos ministérios em discussões especializadas e assim contribuir diretamente na formulação de políticas públicas sobre mudanças do clima”.
Os documentos trazem subsídios para apoiar o governo no desenvolvimento de uma estratégia de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), no âmbito do Acordo de Paris, e apontam o papel que cada setor econômico pode desempenhar para garantir o cumprimento das metas de emissões até 2030. A análise mostra, por exemplo, que serão necessários investimentos anuais de R$2,2 bilhões a R$15,4 bilhões para mitigar as emissões nacionais e que, assim, seria possível reduzir quase 50% das emissões até 2050.
Para o Dr. Márcio Rojas, Coordenador-Geral do Clima no MCTIC: “O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações cumpre de forma exemplar sua atribuição de oferecer à sociedade brasileira nada menos do que o estado da arte em conhecimento científico, tornando real a possibilidade de desempenhar uma reflexão genuinamente qualificada e de formular políticas baseadas em evidência”, declarou.
Sobre a ONU Meio Ambiente
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