
Geração distribuída avança com 109 mil novos projetos até fevereiro, mas desaceleração de 24% na expansão de MWp reflete impacto econômico no setor.
O Brasil alcançou um marco importante no mercado de energia solar ao registrar 3,3 milhões de sistemas fotovoltaicos em operação no país. Nos dois primeiros meses de 2025, foram adicionados 109 mil novos projetos, representando um crescimento de 3%. No entanto, a capacidade instalada desacelerou, com um aumento de apenas 1,2 MWp – queda de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados da Solfácil, maior ecossistema de soluções solares da América Latina, com base em informações da Aneel.
A desaceleração é atribuída principalmente à elevação nos preços dos equipamentos solares, que tem dificultado a viabilização de grandes projetos. Apesar disso, o segmento residencial continua liderando a adoção da tecnologia, respondendo por 84% das novas instalações. O perfil também mudou: sistemas de pequeno porte (entre 3 e 6 kWp) agora representam 48% do mercado, consolidando-se como a principal faixa de potência.
Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil, ressalta que a energia solar permanece atrativa para consumidores. “Mesmo com pressão de custos, o payback pode ser inferior a três anos. Nenhum outro mercado no mundo oferece um retorno tão rápido”, afirma.
Estados lideram expansão regional
Nos últimos 12 meses, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais se destacaram como os estados com maior crescimento na adoção de energia solar. Outros destaques incluem Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pernambuco. Entre as capitais, Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Belém (PA) surgem como importantes polos de instalações.
Atualmente, mais de 5% das unidades consumidoras brasileiras utilizam energia solar. A região Centro-Oeste apresenta a maior taxa de penetração (8,5%), enquanto o Nordeste registra o menor índice (4,4%).