
Durante o Maio Verde, especialistas destacam inovações que reduzem riscos e melhoram a qualidade de vida de quem convive com a doença
O glaucoma, segunda maior causa de cegueira no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta silenciosamente milhões de pessoas, inclusive no Espírito Santo. Caracterizada por danos progressivos ao nervo óptico, a doença pode levar à perda irreversível da visão se não for diagnosticada e tratada precocemente.
Durante o Maio Verde, campanha nacional de conscientização sobre o glaucoma, especialistas capixabas ressaltam a importância do diagnóstico precoce e destacam avanços significativos nas opções de tratamento, especialmente nas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas.
De acordo com o Dr. Michel Bittencourt, oftalmologista do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, os novos procedimentos cirúrgicos estão revolucionando a forma como se trata o glaucoma. “Entre os avanços mais relevantes estão as opções minimamente invasivas, como a SLT (Trabeculoplastia Seletiva a Laser), que proporciona mais segurança ao paciente e uma recuperação muito mais rápida”, explica o especialista.
Outra inovação importante é o iStent, um microdispositivo implantado durante a cirurgia de catarata que melhora a drenagem do líquido intraocular. Também se destaca o PreserFlo, um implante que atua como um canal de escoamento do fluido ocular. “São tecnologias que oferecem resultados terapêuticos expressivos e, em muitos casos, reduzem ou até eliminam a necessidade do uso diário de colírios”, complementa Bittencourt.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Estado disponibiliza tratamento gratuito para pacientes diagnosticados com glaucoma na rede pública, com fornecimento de medicamentos e encaminhamento para avaliação oftalmológica.
O grande desafio, segundo os especialistas, é o caráter silencioso da doença. “Quando o paciente percebe sintomas como dor ocular e perda visual, muitas vezes o nervo óptico já está até 80% comprometido. Costumo dizer que ele entra no jogo já perdendo de 4 a 0”, alerta o Dr. Michel Bittencourt.
Apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser controlado com tratamento adequado. “O objetivo é sempre retardar ao máximo a progressão da doença. Quanto mais cedo for diagnosticada, maior a chance de preservar a visão”, conclui o médico.