Aumentam ataques a jornalistas mulheres inclusive na internet

O assassinato de um jornalista investigativo na Eslováquia ao lado da noiva demonstra que não apenas as jornalistas estão sob perigo, mas as mulheres em geral. A declaração foi feita pela subsecretária-geral para Comunicações Globais da ONU, Alison Smale.

O crime ocorreu em fevereiro deste ano. Na quinta-feira, participantes da 62a. sessão da Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher, CSW, abrigou um evento paralelo sobre a segurança de mulheres na mídia e na imprensa.

Campo

A discussão foi convocada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco. Sob o tema, Jornalistas Seguros, Democracias Fortes, como os ataques a mulheres jornalistas fora da internet ferem a todos nós, chamou a atenção pelas múltiplas formas como jornalistas podem ser colocadas em situações frágeis.  Isso pode ocorrer no local de trabalho, no campo ou na internet, deixando-as propensas a assédio, intimidações e violência.

A chefe do Departamento de Comunicações da ONU afirmou que os assassinatos na Eslováquia foram “absolutamente grotescos”. Smale, que foi jornalista, disse que a ONU tem um enorme valor que discute e lida com tudo como o próprio seminário sobre violência.

O evento foi presidido pelo diretor da Unesco para Liberdade de Expressão e Desenvolvimento da Mídia, Guy Berger. Segundo ele,  o relatório da agência Tendências Mundiais que foca na igualdade de gênero fornece uma perspectiva importante na compreensão das mudanças da mídia global.

Plano de Ação

Berger mostrou um gráfico com o número de países que responderam à solicitação da Unesco por mais informação sobre processos de assassinatos de jornalistas. Um número que saltou de 35% para 75%. Segundo ele, isso mostra que os governos estão ficando cada vez mais conscientes do problema.

Mesmo assim, apenas um em cada 10 assassinatos de jornalistas é esclarecido.

A ONU tem um Plano de Ação sobre a Segurança de Jornalistas e o Tema da Impunidade.

A ex-correspondente da CNN, Maria Ressa, contou que tem sido agredida na internet inclusive com manifestações de misoginia.

Para ela, as mulheres tornaram-se alvos da tecnologia e da mídia social, muito mais que homens.  Ela citou um estudo nas Filipinas para dizer que as mulheres jornalistas são muito mais vulneráveis que os homens a esses ataques.

Fonte: ONU News