As águas estão aquecendo, o gelo está derretendo rapidamente, o nível dos oceanos está subindo e todas essas mudanças têm implicações para os seres vivos do planeta Terra.
Essa é a principal conclusão de um novo relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, Ipcc, publicado esta quarta (25), em Mônaco.
Ação
A pesquisa destaca “a urgência de priorizar ação atempada, ambiciosa e coordenada para resolver mudanças duradouras no oceano e na criosfera”, que representa todos as zonas geladas.
Antes da divulgação do relatório, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, contou à ONU News que a ação coletiva é fundamental, e citou a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que Portugal está organizando com o Quênia para junho de 2020, em Lisboa.
“O clima, também ele, tem a ver com os oceanos. A vida humana, do presente e do futuro, tem a ver com os oceanos. E só uma resposta global permite resolver problemas globais. A proteção da biodiversidade, a investigação científica, o aprofundamento daquilo que é econômico, mas deve respeitar uma dimensão social e humana.”
Custos
Por um lado, o estudo revela os benefícios de uma adaptação ambiciosa para o desenvolvimento sustentável e, por outro, os custos crescentes de uma ação adiada.
Os oceanos e a criosfera têm um papel essencial para a vida na Terra. Cerca de 670 milhões de pessoas vivem em regiões montanhosas e 680 milhões vivem em zonas baixas junto à costa, que dependem diretamente desses ecossistemas.
O aquecimento global já atingiu 1º C face aos níveis pré-industriais. Segundo a pesquisa, existem “provas avassaladores de que isto tem consequências profundas para os ecossistemas e para as pessoas.”
Em nota, o presidente do Ipcc, Hoesung Lee, disse que “o mar aberto, o Ártico, a Antártida e as montanhas podem parecer distantes para muitas pessoas, mas o mundo depende delas e é influenciado por elas diretamente de muitas formas.”
Segundo ele, os efeitos já se sentem no clima, alimentos, água, energia, transporte, comércio, turismo, saúde, bem-estar e até cultura. Lee disse que, se as emissões forem cortadas de forma acentuada, o mundo “aumenta a capacidade de criar resiliência e irão existir mais benefícios para o desenvolvimento.”
Lembre aqui o especial da ONU News sobre o impacto da mudança climática nas geleiras do Peru: