
Um verdadeiro gigante da natureza foi encontrado no coração da Amazônia: trata-se de um exemplar da espécie angelim-vermelho (Dinizia excelsa), que alcança 88,5 metros de altura e cerca de 9 metros de circunferência. A árvore, localizada na Floresta Estadual do Paru, entre os estados do Pará e Amapá, é atualmente considerada a mais alta já registrada no Brasil e uma das maiores da América Latina. Estima-se que sua idade esteja entre 400 e 600 anos.
A descoberta foi feita a partir de uma expedição científica que utilizou imagens de satélite e sensores a laser (tecnologia LiDAR) para identificar árvores de grande porte. Após a triagem tecnológica, pesquisadores caminharam por vários dias na floresta até alcançar o local exato do angelim-vermelho recordista, próximo ao rio Jari, em uma área remota e de difícil acesso. O achado impressiona: sua altura equivale à de um prédio de 30 andares, superando inclusive muitas espécies de árvores gigantes em outras partes do mundo.
Apesar da importância científica e simbólica, o futuro do angelim-vermelho ainda é incerto. A região da Floresta Estadual do Paru enfrenta riscos crescentes provocados pelo desmatamento ilegal, extração de madeira e garimpo clandestino. Especialistas alertam que a proteção dessa área precisa ser reforçada, sob risco de perdermos não apenas esse exemplar extraordinário, mas todo o ecossistema que o sustenta.
Outro símbolo da grandiosidade das árvores brasileiras está no Sudeste. Em Santa Rita do Passa Quatro (SP), o jequitibá-rosa conhecido como “Patriarca” é uma das maiores árvores da Mata Atlântica. Localizado no Parque Estadual de Vassununga, o exemplar tem cerca de 40 metros de altura e um diâmetro de aproximadamente 4 metros, exigindo até 13 pessoas de mãos dadas para abraçá-lo. A idade do “Patriarca” já foi estimada em mais de 3 mil anos, mas estudos recentes apontam para um intervalo entre 580 e 600 anos.
Diferentemente do angelim-vermelho amazônico, o jequitibá paulista é acessível ao público e se tornou uma atração turística e educacional. Sua preservação é resultado de esforços de conservação e do valor simbólico que representa para a população local.
As duas árvores vivem em biomas distintos, mas têm em comum a grandiosidade e o apelo à preservação. São testemunhas silenciosas de séculos de transformações e merecem ser protegidas como patrimônio natural do Brasil. Enquanto o jequitibá-rosa resiste cercado por trilhas e visitantes, o angelim-vermelho da Amazônia exige vigilância e ação urgente para que continue de pé nas próximas gerações.