A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costuma gerar insegurança entre candidatos. A tarefa é produzir um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas, apresentar uma tese clara, desenvolver argumentos consistentes e propor uma solução para o problema discutido — tudo seguindo a norma culta e respeitando os direitos humanos. Por isso, especialistas em educação e professores reforçam: o treino constante é determinante para um bom desempenho.
Às vésperas da prova, marcada para os dias 9 e 16 de novembro, jovens que alcançaram 940 pontos na redação em edições anteriores contam como organizaram suas rotinas de estudo, quais estratégias usaram e o que recomendam aos candidatos que estão na fase final de preparação.
Treino constante e repertório sociocultural
Clara Lococo Fernandes, 18 anos, ex-aluna da Escola Internacional de Alphaville (SP), obteve 940 pontos na redação de 2024, cujo tema tratou da valorização da herança africana no Brasil. Ela treinava dois textos por semana: um com simulação de prova e outro com consulta a materiais.
“Treinar repertórios aplicáveis a diferentes temas economiza tempo e dá segurança”, afirma.
Clara também reservou cerca de 1h10 para a redação no dia do Enem — um tempo já praticado nos simulados. Para ela, o diferencial não foi “gostar de escrever”, mas seguir método, revisar e ajustar o texto semanalmente. Hoje, a estudante cursa Administração na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Técnica como prioridade
Letícia Garcia de Toledo, 18 anos, também ex-aluna da Escola Internacional de Alphaville, alcançou 940 pontos após seis meses de preparação. Ela produzia uma redação por semana e organizou repertórios por áreas temáticas.
“Conhecer os critérios de correção é essencial. A partir disso, você entende o que a prova valoriza e evita erros que tiram pontos”, explica.
No dia da prova, Letícia começou pela redação, fez anotações no rascunho e só depois passou o texto à folha definitiva. Hoje, cursa Direito na PUC-SP.
Análise dos próprios erros e controle emocional
Davi Lombardo Perez Lemos, 16 anos, aluno do Progresso Bilíngue Taquaral (Campinas/SP), conquistou 940 pontos na redação como “treineiro”, quando estava no 1º ano do Ensino Médio. Davi escreve semanalmente desde o 9º ano.
“Não adianta escrever sem corrigir. É preciso identificar os erros e melhorar a cada texto”, afirma.
Ele também destaca o controle emocional durante a prova. Segundo o estudante, treinar em ambientes variados ajuda a lidar com imprevistos no dia do exame.
Cartão de Confirmação e acesso ao local de prova
O Cartão de Confirmação da Inscrição está disponível na Página do Participante, acessada com login Gov.br. O documento informa local de prova, datas, horários e eventuais atendimentos específicos. Embora não seja obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda levar o Cartão no dia.
Em Belém, Ananindeua e Marituba (PA), a aplicação foi adiada para 30 de novembro e 7 de dezembro, devido à realização da COP30. Nessas cidades, o Cartão será liberado posteriormente.
Ferramentas de apoio na reta final
- Aplicativo MEC Enem: oferece simulados, correção de redação e materiais de reforço.
- Série de videoaulas no YouTube Edu: aborda leitura de propostas, organização de ideias e elaboração da redação.
- Cartilha “A Redação do Enem 2025”: reúne orientações e textos comentados com notas altas.
O papel da redação na disputa por vagas
O Enem segue como uma das principais portas de entrada para universidades públicas (Sisu), bolsas no ensino privado (Prouni) e financiamentos estudantis (Fies). A nota da redação também é utilizada em processos seletivos de instituições portuguesas conveniadas ao Inep.
O que dizem os estudantes que foram bem na prova
- Treine semanalmente, com correção.
- Organize repertórios socioculturais reutilizáveis.
- Simule o tempo da prova.
- Comece pela redação, se isso traz mais segurança.
- Elabore a proposta de intervenção desde o início do planejamento do texto.
- Cuide do emocional e do ritmo durante a prova.
