
Mudanças climáticas prolongam período sem gelo, dificultando caça e sobrevivência dos animais. Enquanto isso, Aquário de SP celebra nascimento inédito de filhote.
A população de ursos polares na Baía de Hudson, Canadá, diminuiu 50% desde a década de 1990, revela estudo publicado na revista Science. O aquecimento global, que prolonga o período sem gelo, é o principal responsável pelo declínio, afetando diretamente a capacidade dos animais de caçar focas, sua principal fonte de alimento.
Impacto do degelo
- “O derretimento do gelo marinho encurtou a temporada de alimentação dos ursos polares, resultando em um déficit de energia”, explica Louise Archer, principal autora do estudo.
- Ursos polares dependem do gelo para caçar. Sem ele, são forçados a nadar em busca de presas, uma tarefa árdua, ou a passar mais tempo em terra.
- Mães e filhotes são os mais afetados, pois a falta de alimento dificulta a produção de leite e coloca a sobrevivência dos filhotes em risco.
- “Com as atuais emissões de gases de efeito estufa, os ursos polares nas regiões do sul do Ártico provavelmente deixarão de existir se a quantidade de gelo marinho continuar a diminuir”, disse Peter Molnar, pesquisador.
Nascimento histórico no Brasil
Enquanto a população de ursos polares sofre com o aquecimento global, o Aquário de São Paulo celebra um marco histórico. A filhote Nur, nascida em novembro de 2024, é o primeiro urso polar a nascer na América Latina.

Nur no Aquário de São Paulo:
- Nur nasceu com 400 gramas e hoje está com aproximadamente 6 quilos.
- A filhote é fruto da relação entre Aurora e Peregrino, ursos polares russos que vivem no Aquário há 10 anos.
- O Aquário de São Paulo anunciou o primeiro caso de sucesso na reprodução de ursos-polares na América Latina.
- A filhote de urso polar Nur, que nasceu em novembro de 2024 no Aquário de São Paulo, foi apresentado ao público pela primeira vez em fevereiro.
Esforços de Conservação
O Aquário de São Paulo, em parceria com o Zoológico de Kazan, na Rússia, tem investido em pesquisas e ações de conservação da espécie. A instituição custeou a tradução para o russo do livro “Polar Bears: The Natural History of a Threatened Species”, do renomado pesquisador Ian Stirling, e distribuiu 20 mil exemplares na Rússia.