10 clássicos da Literatura que você precisa ler

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Existem livros que transcendem o tempo. Atravessam séculos, transformam vidas e permanecem relevantes, emocionando e provocando reflexões profundas em cada nova geração de leitores. Estes são os verdadeiros clássicos da literatura universal.

Com o encerramento da Bienal do Livro do Rio de Janeiro neste domingo — o maior evento literário do país —, o momento é perfeito para manter viva a paixão pela leitura. Para quem deseja iniciar uma jornada literária mais consistente ou busca obras verdadeiramente marcantes, reunimos uma seleção especial.

Neste artigo, você descobrirá 10 obras essenciais que moldaram a história da humanidade e compreenderá por que cada uma delas continua indispensável e atual. Esta lista representa o ponto de partida ideal para expandir seus horizontes literários e conectar-se com as grandes narrativas que definiram nossa cultura.

Os clássicos

Ler clássicos é como conversar com os grandes pensadores da humanidade. Essas obras atravessaram séculos não por acaso: elas capturam as contradições humanas, os dilemas sociais e as emoções que, apesar do tempo, continuam universais. Mais que enredos envolventes, os clássicos oferecem perspectiva, linguagem refinada e um olhar crítico sobre o mundo.

Além disso, em tempos de distrações constantes, mergulhar em uma grande obra literária é um ato de resistência e enriquecimento pessoal. Ao final da Bienal do Livro do Rio de Janeiro — que em 2025 voltou a lotar os pavilhões do Riocentro — fica a inspiração para manter viva a leitura o ano inteiro.

Pensando nisso, preparamos uma seleção de 10 livros clássicos que todo mundo deve ler pelo menos uma vez na vida. Entre autores brasileiros e internacionais, estas são obras que ainda emocionam, desafiam e transformam.


1. Dom Quixote – Miguel de Cervantes

Considerado o primeiro romance moderno da história, “Dom Quixote” acompanha um fidalgo que enlouquece por ler livros de cavalaria e decide tornar-se cavaleiro andante. Ao lado de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, vive aventuras cômicas e tocantes. A obra critica a sociedade da época, o poder da imaginação e os limites entre realidade e fantasia. Cervantes também satiriza os próprios romances que inspiraram seu protagonista. O livro é uma reflexão sobre sonhos, fracassos e a luta por ideais. Uma leitura densa, mas cheia de humanidade e humor.
Por que ler: Ensinamentos profundos com leveza e ironia.


2. Orgulho e Preconceito – Jane Austen

Este clássico da literatura inglesa retrata as relações sociais e de gênero no século XIX. Elizabeth Bennet, a protagonista, é uma mulher à frente do seu tempo. O livro é mais do que um romance: aborda temas como casamento por interesse, orgulho de classe e o papel feminino. Austen é afiada, divertida e crítica. A tensão entre Lizzy e o Sr. Darcy se tornou uma das mais emblemáticas da literatura.
Por que ler: Combina romance com crítica social e ironia refinada.


3. 1984 – George Orwell

Publicado em 1949, o livro antecipa um mundo distópico onde o Estado vigia tudo. Winston Smith, funcionário do governo, começa a questionar o regime totalitário que manipula a verdade. Orwell critica a perda da liberdade, o controle da informação e os perigos do autoritarismo. O “Big Brother” virou símbolo universal. É um alerta político e social que continua assustadoramente atual.
Por que ler: Essencial para entender como regimes manipulam a verdade.


4. Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa

Obra-prima da literatura brasileira, narra a saga de Riobaldo, ex-jagunço que revisita o passado, refletindo sobre o bem, o mal, Deus e o diabo. A linguagem é inventiva, poética e desafiante. Rosa cria um sertão mítico, onde o tempo se dilui e as fronteiras morais se embaralham. É filosofia, poesia e prosa em um só corpo.
Por que ler: Um mergulho existencial no sertão e na alma humana.


5. Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski

Raskólnikov, um jovem pobre de São Petersburgo, comete um assassinato e tenta justificar moralmente seu ato. Aos poucos, é consumido pela culpa. Dostoiévski investiga a mente humana com intensidade brutal. O livro trata de redenção, moral, justiça e sofrimento. É psicológico, denso e inesquecível.
Por que ler: Uma viagem intensa pela mente e pela ética humanas.


6. O Apanhador no Campo de Centeio – J.D. Salinger

Holden Caulfield, um adolescente rebelde e sensível, foge da escola e passa dias vagando por Nova York. A narrativa em primeira pessoa expõe o conflito de gerações e a sensação de deslocamento juvenil. A linguagem é coloquial e cativante. É um retrato honesto do amadurecimento e da angústia adolescente.
Por que ler: Retrata como poucos a juventude, suas dores e dúvidas.


7. A Metamorfose – Franz Kafka

Gregor Samsa acorda um dia transformado em um inseto gigante. A partir disso, a obra mergulha em temas como exclusão, inutilidade e angústia existencial. A escrita é direta, mas cheia de camadas simbólicas. Kafka mostra como o absurdo e o real se confundem.
Por que ler: Uma poderosa metáfora da alienação humana.


8. Os Miseráveis – Victor Hugo

Ambientado na França pós-revolução, segue a vida de Jean Valjean, ex-prisioneiro que tenta refazer sua vida sob constante perseguição do policial Javert. Com personagens complexos, Hugo fala sobre justiça, compaixão, miséria e redenção. É uma verdadeira epopeia social e emocional.
Por que ler: Obra monumental sobre humanidade, perdão e justiça.


9. O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald

Nos anos 1920, em meio à ostentação americana, Jay Gatsby é um milionário enigmático apaixonado por Daisy. Narrado por Nick Carraway, o livro revela a futilidade do sonho americano. Fitzgerald critica a ilusão do sucesso e a decadência moral. A escrita é elegante, com frases memoráveis.
Por que ler: Uma crítica poética à vaidade e à ambição desmedida.


10. Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago

Uma epidemia de cegueira branca toma conta de uma cidade. A narrativa, sem nomes ou pontuação convencional, acompanha a degradação humana em um cenário caótico. Saramago mostra como a civilização pode ruir quando o instinto domina. Mas também fala de solidariedade e resistência.
Por que ler: Uma parábola assustadora e necessária sobre a natureza humana.



A Bienal termina, mas a jornada literária apenas começa. Esses livros não são apenas bons — são fundamentais. Eles revelam o que temos de melhor e de pior, desafiando o leitor a pensar, sentir e crescer. Escolha um e comece hoje. Um clássico nunca sai de moda.