
Vitória acorda sempre com cheiro de sal. O vento que sopra da baía entra pelas janelas e se mistura ao barulho dos ônibus, às bicicletas que cruzam as ciclovias novas, às sirenes discretas da cidade que se protege com olhos eletrônicos.
Na segunda, 8 de setembro de 2025, a capital chega aos 474 anos. E, no fim de semana, a festa se espalha em palcos diferentes: Bruna Karla, Heitor Costa e Daniel cantam para a cidade que aprendeu a ser muitas em uma só — religiosa, romântica, popular. Da orla de Camburi à Ilha das Caieiras, a música atravessa bairros e costura a identidade de quem nasceu e de quem escolheu ficar.
Mas aniversário não é só celebração. Desde 2021, Vitória contabiliza 259 obras entregues, outras 159 em andamento e 30 projetadas, num investimento que passa de R$ 2 bilhões. Escadarias, encostas, escolas, ciclovias, ruas recapeadas. A Curva da Jurema ganhou novo calçadão, o viaduto Caramuru foi restaurado, e a Avenida Rio Branco agora recebe ciclistas em espaço dedicado. É a cidade se refazendo, como quem troca a pele sem perder a essência.
A segurança também mudou de rosto: de 34 câmeras em 2021, hoje são 1.156 espalhadas pelos bairros. O “Cerco Inteligente” lê placas de veículos e já ajudou a recuperar carros roubados. As estatísticas registram 46% menos homicídios e uma queda significativa em furtos e roubos. Até o feminicídio, dor que parecia teimar, foi contido — não houve casos neste ano.
Na educação, mais de 42 mil alunos ocupam as 104 escolas municipais. Crianças e professores dividem o futuro entre cadernos e tablets, entre livros e novas estruturas erguidas nos bairros. Vitória também ostenta o primeiro lugar no Ranking de Competitividade dos Municípios em saúde, lembrando que qualidade de vida não é só horizonte, mas também atendimento próximo.
A crônica da cidade é escrita em camadas: da muqueca servido à beira do cais na Ilha das Caieiras, o calçamento novo no caminho de casa, o show na praça, o botão do pânico que evita tragédias. Cada dado é concreto, mas por trás há histórias de gente.
Vitória faz aniversário, mas não envelhece. Cresce. Ora com música e fé, ora com concreto e inovação. Mais do que capital, continua sendo porto — de chegada, de partida e de permanência no coração de quem atravessa suas pontes e se deixa ficar.