Vazamento expõe 46,8 milhões de chaves Pix; 11 milhões de pessoas afetadas

O Banco Central (BC) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmaram que 46.893.242 chaves Pix foram expostas num incidente no sistema Sisbajud — envolvendo registros de 11.003.398 pessoas. O incidente ocorreu entre os dias 20 e 21 de julho de 2025, e foi rapidamente detectado e contido.

O que foi vazado

Dados de natureza cadastral foram acessados de forma indevida, incluindo:

  • nome completo do usuário;
  • CPF;
  • chave Pix;
  • instituição financeira;
  • agência bancária;
  • número e tipo de conta;
  • situação da chave;
  • datas de criação e exclusão da chave Pix.

Não foram expostos dados sob sigilo bancário, como senhas, saldos, extratos ou movimentações.

Onde ocorreu

O vazamento aconteceu no Sisbajud, sistema usado pelo Judiciário para requisitar dados bancários de devedores, operado em parceria entre CNJ, BC e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Ele substituiu o antigo BacenJud e conecta magistrados ao Banco Central.

Impacto e precedentes

Esse é o maior vazamento de dados relacionados ao Pix até hoje. Antes, o recorde era de aproximadamente 414 mil chaves expostas em 2021. Agora, são mais de 46,8 milhões de registros em mãos indevidas.

Apesar da magnitude, o BC afirma que o incidente tem baixo impacto potencial aos usuários, já que os dados expostos não permitem qualquer movimentação financeira.

Medidas adotadas

O CNJ e o Banco Central informaram que:

  • notificaram a Polícia Federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD);
  • reforçaram protocolos de segurança;
  • corrigiram a falha em questão de dias.

Além disso, o CNJ criará um canal oficial de consulta no site, que será o único meio para que os cidadãos verifiquem se tiveram dados expostos. O órgão reforça que não entrará em contato por e-mail, SMS ou telefone.

Riscos e orientações

Embora dados sensíveis não tenham sido vazados, há risco potencial de golpes e fraudes, como tentativas de phishing ou ações de engenharia social usando as informações expostas, como nome e instituição bancária. Especialistas recomendam cautela e atenção a mensagens suspeitas Migalhas.

O Banco Central reforça que o Pix continua seguro como meio de pagamento instantâneo e que a estrutura da plataforma não foi comprometida.

Por que isso importa

  • São milhões de registros expostos, mesmo sem acesso a saldos ou senhas;
  • Primeiro grande incidente envolvendo o Sisbajud;
  • Reforça a necessidade de controles rigorosos em sistemas judiciais que acessam bancos de dados financeiros;
  • Abre debate sobre transparência e comunicação com os cidadãos impactados.
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