A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan contra a dengue pode ter seu registro aprovado pela Anvisa na primeira quinzena de novembro. O processo está na etapa final de análise, após reuniões técnicas que ajustaram pontos sobre eficácia, segurança e rotulagem. A agência incluiu o pedido na lista de prioridade, o que acelera prazos internos, mas sem reduzir exigências regulatórias.
O imunizante, chamado Butantan-DV, é aplicado em dose única e apresentou cerca de 80% de eficácia contra casos sintomáticos e proteção próxima de 90% contra formas graves da doença. O estudo clínico envolveu voluntários de várias regiões do país e considerou infecções por diferentes sorotipos do vírus. A expectativa é que a vacina possa beneficiar populações que vivem em áreas com alta circulação da dengue.
Se a aprovação ocorrer, a próxima etapa será a definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Em seguida, o Ministério da Saúde poderá avaliar a incorporação da vacina ao Sistema Único de Saúde. Esse processo costuma envolver análise de custo-efetividade, logística de distribuição e capacidade de produção.
O Instituto Butantan já iniciou a preparação da produção das primeiras remessas, para garantir oferta caso o registro seja concedido. A estimativa é que as doses possam começar a ser distribuídas em 2026, inicialmente em regiões com maior incidência da doença. A vacinação não elimina a necessidade de medidas de prevenção, como controle do mosquito Aedes aegypti.
A possível autorização ocorre em um cenário de recorrentes surtos de dengue no país e pressão sobre a rede pública de saúde. Especialistas apontam que a ampliação da cobertura vacinal pode reduzir hospitalizações, mas reforçam que a imunização deve ser acompanhada de campanhas continuadas de vigilância e combate ao vetor.
