Tolyamory: a nova forma de traição que muitos estão aceitando em silêncio

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Em tempos de redefinição dos vínculos afetivos, surge o termo “tolyamory”, descrevendo casais que toleram infidelidades sem confrontos ou acordos explícitos. Diferente do poliamor consensual, essa prática envolve uma aceitação silenciosa de traições, priorizando a manutenção da relação. Especialistas divergem sobre seus impactos: enquanto alguns veem como uma adaptação realista, outros alertam para os riscos emocionais. Casos reais ilustram tanto a estabilidade quanto o sofrimento que podem emergir desse arranjo. Afinal, até que ponto a tolerância pode substituir o diálogo na construção de relacionamentos saudáveis?

O que é tolyamory?

O termo “tolyamory” combina “tolerar” e “poliamor”, descrevendo relacionamentos onde um ou ambos os parceiros aceitam, sem discussão aberta, as infidelidades do outro. Diferente do poliamor, que exige consentimento mútuo, o tolyamory baseia-se em uma aceitação tácita, muitas vezes para preservar a estabilidade familiar ou evitar confrontos. Dan Savage, colunista e podcaster americano, popularizou o termo em 2025, destacando que essas pessoas não são ingênuas, mas fazem escolhas conscientes para manter a relação.

Casos reais e motivações

Relatos como o de Kathy, que tolerou as traições do marido ao longo de 30 anos por valorizar o suporte emocional e a estabilidade familiar, ilustram o tolyamory na prática . Outros exemplos mostram casais que, diante de mudanças na intimidade ou prioridades, optam por ignorar infidelidades para manter a convivência pacífica.

Opiniões de especialistas

A psicóloga Dr. Betsy Chung afirma que o tolyamory pode ser saudável se ambos os parceiros estiverem confortáveis com o arranjo e houver compreensão mútua . No entanto, a ausência de comunicação clara pode levar a ressentimentos e desequilíbrios emocionais. A psicóloga Sarah Bishop alerta que a tolerância sem diálogo pode mascarar problemas profundos, como baixa autoestima ou medo de abandono.

Críticas e controvérsias

Críticos argumentam que o tolyamory é uma forma de mascarar a infidelidade, evitando a responsabilidade e o diálogo necessário em relacionamentos saudáveis . A falta de consentimento explícito e a negação de sentimentos podem transformar essa prática em um ciclo de sofrimento silencioso.

Reflexões finais

O tolyamory levanta questões sobre os limites da tolerância e a importância da comunicação nos relacionamentos. Enquanto pode representar uma adaptação às complexidades da vida a dois, também pode ocultar dores não expressas. A chave está em avaliar se a aceitação silenciosa é uma escolha consciente ou uma forma de evitar confrontos necessários.