
Um submarino de origem brasileira foi interceptado pela Marinha Portuguesa na costa de Portugal com uma carga estimada em seis toneladas de cocaína, no que pode ser uma das maiores apreensões de drogas no Atlântico nos últimos anos. A operação, realizada em conjunto com a Agência Europeia de Controlo de Fronteiras (Frontex) e a Polícia Judiciária portuguesa, ocorreu após semanas de monitoramento de inteligência.
A Operação
Segundo autoridades portuguesas, o submarino foi detectado a cerca de 200 milhas náuticas da costa de Lisboa, navegando em águas internacionais. A embarcação, de aproximadamente 20 metros de comprimento, foi abordada por uma equipe tática da Marinha Portuguesa, que encontrou a carga de cocaína escondida em compartimentos secretos.
“Trata-se de uma operação complexa, que demonstra a sofisticação do narcotráfico internacional”, afirmou um porta-voz da Polícia Judiciária de Portugal. “Submarinos como este são construídos especificamente para o transporte de grandes cargas de drogas, evitando radares e patrulhas marítimas.”
A Guarda Civil espanhola recebeu uma denúncia sobre o submarino suspeito e imediatamente repassou as informações às autoridades portuguesas, desencadeando a Operação Nautilus, uma ação coordenada para capturar os narcotraficantes.
Além da Marinha e Polícia Judiciária de Portugal, a missão contou com a participação da Força Aérea Portuguesa, da National Crime Agency (NCA) do Reino Unido e da DEA (Drug Enforcement Administration) dos EUA, demonstrando o alcance transnacional do combate ao tráfico de drogas.
O submarino, após ser interceptado, foi rebocado até a costa portuguesa para inspeção forense. De acordo com a Polícia Judiciária de Portugal, esta é a primeira vez que uma embarcação semissubmersível desse tipo é apreendida por Portugal no Oceano Atlântico, marcando um feito inédito no combate ao narcotráfico marítimo na região.
A operação reforça a importância da cooperação internacional no rastreamento e desmantelamento de redes criminosas que utilizam métodos cada vez mais sofisticados para transportar drogas entre continentes.
Origem e Destino da Droga
As investigações preliminares indicam que a embarcação partiu de Macapá, no Amapá (Brasil), reforçando a rota do Norte do Brasil como ponto estratégico para o tráfico internacional de drogas. Investigadores acreditam que a droga tenha origem na América do Sul, possivelmente na Colômbia e seria destinada ao mercado europeu, onde o quilo de cocaína pode valer mais de €30 mil. O submarino, apesar de rudimentar, era equipado com sistemas de navegação modernos, indicando o envolvimento de organizações criminosas altamente especializadas.
Segundo fontes da Polícia Judiciária Portuguesa e da Europol, os detidos foram identificados como:
- Três brasileiros (dois com passagens pela polícia por crimes ligados ao narcotráfico);
- Um colombiano (suspeito de ser o responsável pela navegação do submarino);
- Um espanhol (possível elo com distribuidores europeus).
Conexão com o Crime Organizado
Ainda não há confirmação sobre qual facção criminosa operava o submarino, mas suspeita-se de ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC) ou o Comando Vermelho, duas das maiores organizações de tráfico de drogas do Brasil. Nos últimos anos, essas facções têm ampliado suas rotas para a Europa, utilizando métodos cada vez mais elaborados para burlar a fiscalização.
Reações Internacionais
O governo português classificou a apreensão como um “grande golpe no narcotráfico transatlântico”, enquanto o Brasil, através da Polícia Federal, afirmou que colaborará nas investigações. A Europol também foi acionada para rastrear possíveis conexões com redes criminosas europeias.
Esta não é a primeira vez que um submarino carregado de drogas é apreendido. Em 2019, a Espanha interceptou um “narcosubmarino” com três toneladas de cocaína, e em 2021, a Colômbia desmantelou um estaleiro clandestino que construía embarcações semelhantes.
Próximos Passos
Os tripulantes do submarino foram detidos e devem responder por tráfico internacional de drogas. A carga de cocaína será destruída, mas as investigações continuam para desvendar toda a rede por trás dessa operação milionária.
Enquanto isso, a apreensão reacende o debate sobre o combate ao narcotráfico no Atlântico, que segue como uma das principais rotas do crime organizado global.