O Censo Demográfico 2022 revelou que 99.240 pessoas residem em Unidades de Conservação (UCs) no Espírito Santo. O número representa 2,6% da população total do estado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Vitória lidera ranking de moradores em UCs
Entre os municípios capixabas, Vitória concentra o maior número absoluto de habitantes em áreas de preservação. São 27.452 pessoas, equivalente a 8,5% da população da capital. Serra ocupa a segunda posição, com 17.898 moradores (3,4% do total municipal).
Contudo, Itapemirim apresenta o maior percentual relativo de residentes em UCs: 43,5% da população local. Guarapari aparece em segundo lugar nesse critério, com 12,0%.
Perfil demográfico dos moradores
A população parda representa a maioria dos residentes em UCs capixabas. São 51.161 pessoas (51,6% do total), seguidas pelos brancos, com 33.459 habitantes (33,7%), e pretos, com 14.135 (14,2%).
O levantamento identificou ainda 633 quilombolas (0,6% dos moradores) e 365 indígenas (0,4%) vivendo nessas áreas protegidas.
Distribuição territorial das UCs
O Espírito Santo possui 124 Unidades de Conservação cadastradas. Dessas, 46 (37,1%) abrigam população residente, enquanto 78 (62,9%) não registram habitantes.
As áreas se dividem em dois grupos principais: 44 unidades de proteção integral e 80 de uso sustentável. A esfera municipal administra 42 UCs, a estadual gerencia 60 e a federal controla 22.
Três áreas concentram mais da metade dos moradores
A Área de Proteção Ambiental do Maciço Central lidera o ranking populacional, com 24.627 habitantes. Em segundo lugar está a APA da Lagoa Guanandy, com 18.808 moradores. A terceira posição fica com a APA de Praia Mole, que abriga 14.561 pessoas.
Juntas, essas três unidades concentram 58,4% de toda a população capixaba que vive em áreas de conservação.
Predominância urbana
A maior parte dos moradores de UCs no Espírito Santo vive em áreas urbanas. São 93.539 pessoas (94,3% do total), contra 5.701 (5,7%) em zonas rurais.
O estado ocupa a segunda posição nacional em percentual de população urbana em UCs, atrás apenas do Rio de Janeiro (95,9%). Goiás (92,9%) e Distrito Federal (91,2%) completam o ranking.
Desafios do saneamento básico
A pesquisa revelou disparidades no acesso ao saneamento básico entre áreas urbanas e rurais. A população rural enfrenta maior precariedade nos serviços de água, esgoto e coleta de lixo.
Dos 78 municípios capixabas, 48 não registraram moradores em Unidades de Conservação. O levantamento utilizou dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, referentes a julho de 2022.
