O programa Gás do Povo, lançado pelo governo federal, garantirá gratuidade no botijão de gás de cozinha para 239.672 famílias de baixa renda no Espírito Santo. A iniciativa integra uma ação nacional que pretende atingir 15,5 milhões de famílias em todo o país, o equivalente a aproximadamente 50 milhões de pessoas.
A meta do governo é que 100% do público-alvo esteja atendido até março de 2026. Atualmente, o programa em transição, o Auxílio Gás, beneficia pouco mais de 5,1 milhões de famílias. A principal mudança é a substituição do repasse em dinheiro pela entrega direta do botijão.
Como Funciona o Benefício
O direito ao benefício é destinado a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759). Terão prioridade as que recebem o Bolsa Família.
A quantidade de botijões por ano varia conforme o tamanho da família:
- 2 integrantes: até 3 botijões/ano.
- 3 integrantes: até 4 botijões/ano.
- 4 ou mais integrantes: até 6 botijões/ano.
Os beneficiários retirarão os botijões gratuitamente em revendas credenciadas, utilizando um vale digital. A gratuidade será concedida no ato da compra após validação eletrônica. A gestão do programa ficará a cargo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
Distribuição Regional e Investimento
A região Nordeste concentra o maior número de famílias beneficiárias, com mais de 7,1 milhões. Em seguida, aparecem Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (889 mil).
Oito estados terão mais de um milhão de famílias atendidas: Bahia (1,84 mi), São Paulo (1,87 mi), Minas Gerais (1,20 mi), Pernambuco (1,14 mi), Ceará (1,13 mi), Rio de Janeiro (1,12 mi), Pará (1,11 mi) e Maranhão (1,01 mi).
Para 2025, estão previstos investimentos de R$ 3,57 milhões. Em 2026, o valor sobe para R$ 5,1 bilhões. A estimativa é de que 65 milhões de botijões sejam distribuídos anualmente quando o programa estiver em pleno funcionamento.
Objetivos de Saúde e Qualidade de Vida
Além do alívio no orçamento familiar, o programa visa reduzir o uso de lenha para cozinhar, uma prática associada a problemas de saúde. Dados do IBGE (2022) indicam que 12,7 milhões de residências usam lenha e gás em conjunto.
A queima de lenha gera poluentes que podem exceder em até 33 vezes os limites da Organização Mundial da Saúde (OMS), elevando o risco de infecções respiratórias em crianças e doenças pulmonares crônicas. Adicionalmente, a coleta de lenha consome, em média, 18 horas semanais por família, impactando o tempo para estudos e outras atividades.
