
Com a chegada do período chuvoso, a proliferação de pragas urbanas se intensifica, e um velho conhecido volta a preocupar as autoridades de saúde: o caramujo africano ( Achatina fulica). A Secretaria de Saúde de Serra (ES) (Sesa), por meio do Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), emitiu um alerta para os riscos de infestação e contaminações causadas por este molusco, que pode transmitir a angiostrongilíase, doença que pode evoluir para meningite eosinofílica.
“As chuvas e o acúmulo de matéria orgânica criam um ambiente perfeito para a reprodução do caramujo africano,” explica um experiente profissional da Vigilância Ambiental com mais de 30 anos de atuação na área. “É crucial que a população adote medidas preventivas para evitar a proliferação e, consequentemente, a transmissão de doenças.”
Angiostrongilíase e Meningite: Entenda os Riscos
A angiostrongilíase é uma doença causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, presente no muco do caramujo africano. A infecção ocorre quando há contato com esse muco, seja por ingestão de alimentos contaminados ou contato direto com as mãos. A doença pode causar sintomas como dores de cabeça, febre, dores musculares e, em casos mais graves, meningite eosinofílica, uma inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal).
Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) reforça a importância da prevenção, destacando que o Brasil registra casos da doença, e a presença do caramujo africano em áreas urbanas aumenta a exposição da população ao risco.
Como se Proteger: Orientações da Vigilância Ambiental
A Sesa orienta a população a adotar as seguintes medidas preventivas:
Não consumir o caramujo: Reforça-se a orientação para jamais consumir o caramujo africano, sob nenhuma forma de preparo.
Mantenha a limpeza: Evite o acúmulo de lixo e descarte-o em locais apropriados. O lixo atrai não só caramujos, mas também outras pragas como roedores e baratas, vetores de diversas doenças.
Destrua as conchas vazias: Quebre as conchas vazias encontradas, pois elas podem acumular água e servir de criadouro para mosquitos transmissores de dengue, zika e chikungunya.
Use luvas ao manusear os caramujos: Ao encontrar caramujos em sua residência, utilize luvas ou sacos plásticos para coletá-los e coloque-os em sacolas bem fechadas antes de descartá-los no lixo doméstico.
Lave bem as mãos: Lave bem as mãos com água e sabão após qualquer contato com os caramujos, mesmo que tenha utilizado luvas.
Não utilize produtos químicos: Não utilize venenos ou outros produtos químicos para combater os caramujos. Além de prejudicar o meio ambiente, eles podem causar intoxicação.
Atenção redobrada em hortas e jardins: Lave bem frutas e verduras cultivadas em hortas e jardins, pois podem estar contaminadas pelo muco do caramujo.
Infestação? Em caso de dúvidas entre em contato com a Vigilância Ambiental em Saúde, no setor de Pragas Urbanas. O telefone da Secretaria de Saúde é (27)3281-2056. O serviço funciona das 8h às 17h.