
Nova funcionalidade do Banco Central permitirá cobrança automática via Pix, com praticidade, segurança e inclusão financeira para milhões de brasileiros.
Imagine não precisar mais se preocupar com vencimentos mensais de contas como luz, água, escola ou academia. A partir do dia 16 de junho, esse cenário se tornará realidade para os brasileiros com a estreia oficial do Pix Automático. A nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central foi desenvolvida para facilitar cobranças recorrentes, como mensalidades e assinaturas, de forma simples, segura e sem necessidade de cartões de crédito.
Anunciado em 2023 e inicialmente previsto para outubro de 2024, o Pix Automático teve seu lançamento adiado para garantir uma implementação mais robusta e segura. Agora, com data marcada, a expectativa é de que a ferramenta impacte diretamente a vida de milhões de usuários e empresas em todo o país.
Como vai funcionar o Pix Automático
O Pix Automático permitirá que o usuário autorize uma cobrança recorrente apenas uma vez, diretamente no aplicativo de seu banco ou instituição financeira. A partir dessa autorização, os pagamentos serão processados automaticamente nas datas combinadas, com alertas prévios antes de cada débito.
O cliente terá liberdade para definir limites de valor, periodicidade das cobranças e poderá cancelar a qualquer momento. O sistema também prevê uma notificação obrigatória antes de cada transação, com prazo até as 23h59 do dia anterior para cancelamento sem cobrança.
Além disso, o serviço não terá custos para o pagador — uma grande vantagem em comparação com outras formas de pagamento, como o débito automático tradicional e o cartão de crédito.
Quem poderá usar
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas poderão utilizar o Pix Automático. Empresas interessadas em oferecer a modalidade precisarão cumprir critérios mínimos estabelecidos pelo Banco Central, como ter CNPJ ativo há mais de seis meses. A adesão será voluntária, mas a expectativa é de ampla aceitação, especialmente entre negócios que trabalham com assinaturas, mensalidades e planos de fidelidade.
Segundo o próprio Banco Central, o Pix Automático poderá beneficiar cerca de 60 milhões de brasileiros que não utilizam cartão de crédito, promovendo mais inclusão financeira e digitalização de pagamentos.
Vantagens para empresas
Para os estabelecimentos comerciais, prestadores de serviço e o setor público, o Pix Automático traz vantagens significativas. Além de reduzir a inadimplência por meio da automação de cobranças, o sistema diminui custos operacionais, dispensa intermediários e facilita a gestão de recebimentos.
Estudos do setor financeiro estimam que o Pix Automático tem potencial para movimentar mais de US$ 30 bilhões em pagamentos recorrentes no Brasil nos próximos dois anos, especialmente em áreas como e-commerce, planos de saúde, educação e utilities.
Segurança e confiabilidade
A nova função manterá os mesmos padrões de segurança do Pix tradicional, incluindo autenticação, criptografia e uso do Mecanismo Especial de Devolução (MED) em casos de erro ou fraude. O Banco Central também exigirá que as instituições participantes garantam total transparência e facilidade de gestão para os clientes, que poderão visualizar e editar autorizações a qualquer momento.
Além disso, a infraestrutura foi pensada para integrar, no futuro, com sistemas como o Open Finance, ampliando ainda mais as possibilidades de inovação em meios de pagamento.
O futuro dos pagamentos
Desde que foi lançado, em 2020, o Pix revolucionou a forma como os brasileiros transferem dinheiro, superando rapidamente os tradicionais TEDs, DOCs e boletos. Somente em 2024, o sistema movimentou mais de R$ 26 trilhões, consolidando-se como o meio de pagamento mais utilizado do país.
Agora, com o Pix Automático, o Banco Central dá mais um passo rumo à modernização completa da estrutura financeira brasileira. A expectativa é de que essa nova ferramenta simplifique ainda mais a rotina dos usuários, reduza custos bancários e incentive o uso de tecnologias mais acessíveis.
O início da operação, no dia 16 de junho, será gradual e depende da adesão das instituições financeiras e das empresas. Ainda assim, a projeção do mercado é positiva. Especialistas apontam que o novo serviço pode em breve substituir métodos tradicionais de cobrança, como o débito automático em conta e o boleto bancário.