
O Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta (15) que a Polícia Federal vai participar das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL. Ela foi morta com tiros na cabeça após um carro emparelhar com o dela no Estácio. A principal linha de investigação da Divisão de Homicídios do Rio é a de execução. No atentado o motorista da parlamentar, Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, também foi morto.
Marielle saia de evento da agenda de 21 dias de ativismo contra o racismo, em função do Dia Internacional contra a Discriminação Racial, que será lembrado na próxima quarta (21).
Marielle era presidente da Comissão da Mulher na casa e tinha acabado de assumir a relatoria da comissão parlamentar que acompanhará a Intervenção Federal na Segurança Pública.
ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil manifestou consternação com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e defensora dos direitos humanos Marielle Franco (PSOL), de 38 anos. Em nota, a ONU diz que espera rigor na investigação do caso e breve elucidação, com responsabilização pela autoria do crime.
“Quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, Marielle era um dos marcos da renovação da participação política das mulheres, diferenciando-se pelo caráter progressista em assuntos sociais no contexto da responsabilidade do Poder Legislativo local”, afirma a organização na nota.
TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, abriu a sessão ordinária da Corte expressando “profundo pesar” da Justiça Eleitoral pelo assassinato da vereadora Marielli Franco (PSOL), do Rio de Janeiro.
Em nome da Justiça Eleitoral, Fux disse que todos “que velam pela higidez do processo democrático” ficaram “chocados que no mundo de hoje se tente calar a voz da política com uma atitude que demonstra um baixíssimo déficit civilizatório nesse campo”.
“Nesses momentos a sociedade sofre muito, mas a sociedade não se cala nem há de se calar. Nós aqui, em nome de todos os colegas (magistrados), das bancas (de advocacia) e dos eleitores, gostaríamos de manifestar profundo pesar pela trágica morte dessa vereadora”, disse.
Presente na sessão, a advogada Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro disse, em nome do Movimento Mais Mulheres no Direito, que “hoje é dia em que nós mulheres estamos todas enlutadas pela morte de Marielle, uma vereadora combativa, defensora dos direitos humanos e feminista ativa que lutava pelos direitos de todos nós”.
OAB
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, também divulgou nota na qual disse que o “assassinato da vereadora Marielle Franco é um crime contra toda a sociedade e ofende diretamente os valores do Estado Democrático de Direito. O Conselho Federal da OAB acompanha o caso e espera agilidade na apuração e punição exemplar para os grupos envolvidos”.
Parlamentar
Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016 no Rio de Janeiro, com 46.502 votos. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas.
Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré. Também coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio. No primeiro mandato, Marielle era presidente da Comissão Mulher da Câmara dos Vereadores do Rio.
Recentemente, Marielli assumiu a relatoria da comissão da Câmara de Vereadores do Rio responsável por monitorar a intervenção federal na Segurança Pública do estado. Ela, com frequência, fazia denúncias contra a violência policial em comunidades.