
A Inteligência Artificial (IA) desponta como uma ferramenta promissora para transformar a educação, especialmente em regiões com menos recursos. Com o potencial de oferecer tutoria instantânea e explicações aprofundadas por meio de modelos de linguagem avançados, a IA é vista como um verdadeiro “tutor de bolso”. No entanto, essa revolução tecnológica exige cautela e equilíbrio, segundo Gabriel Gomes de Oliveira, membro do IEEE e professor pesquisador da Unicamp.
IA: Uma Ferramenta de Transformação com Ressalvas
Apesar do avanço de sistemas de aprendizagem baseados em IA — como aplicativos de idiomas que simulam conversas realistas — a expansão para escolas com poucos recursos ainda é um desafio. Projetos-piloto demonstram resultados animadores, com tutores de IA alcançando até 88% de precisão. Contudo, estudos alertam para os riscos do uso excessivo dessa tecnologia. Um ponto crucial é que apenas estudantes com domínio do conteúdo conseguem identificar os erros cometidos pela IA, o que acende um sinal de alerta sobre a dependência.
O Risco do Excesso e o Papel do Pensamento Crítico
Gabriel Gomes de Oliveira destaca que o cenário atual apresenta desafios semelhantes aos da educação digital pré-pandemia. A preocupação central reside na dependência excessiva da tecnologia e na potencial redução das habilidades de pensamento crítico.
“Esse é o grande desafio”, pondera Oliveira. “Há paralelos importantes com a educação digital pré-pandemia, como a dependência excessiva da tecnologia e o declínio das habilidades de pensamento crítico. No entanto, a IA difere ao ser um complemento e não um substituto, permitindo a personalização da aprendizagem e a integração com o papel do professor.”
Caminhos para uma Integração Equilibrada
Apesar dos desafios, a IA tem um papel crescente na educação, complementando o ensino tradicional e permitindo uma aprendizagem personalizada. É fundamental que sua integração ocorra de forma estratégica, valorizando a interação humana e o desenvolvimento do raciocínio crítico.