Ministério da Saúde promete “Outubro Rosa histórico” com novos tratamentos para câncer de mama no SUS

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que os tratamentos para câncer de mama previstos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT Rosa) estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) até outubro. A medida deve transformar a campanha do Outubro Rosa deste ano em um marco histórico para a saúde feminina no país.

De acordo com Padilha, o processo está na fase final de negociações com a indústria farmacêutica para garantir preços justos, além de ajustes com estados e municípios para assegurar o registro adequado das medicações. A promessa atende a uma antiga demanda de pacientes e entidades ligadas ao combate ao câncer de mama, especialmente em casos metastáticos, que exigem maior agilidade e eficiência no acesso a medicamentos.

Oito meses após a publicação do PCDT e quatro anos depois da incorporação de novas terapias ao SUS, a expectativa é de que a inclusão prática desses tratamentos finalmente ocorra. Para especialistas, a demora no cumprimento das etapas comprometeu a sobrevida e as chances de cura de milhares de mulheres.

O movimento está alinhado com a campanha “PCDT Rosa, o protocolo foi só mais um passo!”, da FEMAMA, que mobilizou pacientes e associações em frente ao Ministério da Saúde durante o mês de julho, cobrando acesso aos medicamentos para casos metastáticos no sistema público.

Segundo a Dra. Maira Caleffi, presidente-fundadora da FEMAMA, o cumprimento do PCDT é urgente: sem acesso aos medicamentos adequados, a chance de cura diminui significativamente, e a mortalidade, especialmente no estágio metastático, aumenta.

A FEMAMA, visando dar visibilidade às etapas já cumpridas e aos desafios pendentes, lançou uma campanha que compara o percurso à um aplicativo de corrida: quantos passos já foram dados, e quanto ainda falta para alcançar o objetivo do acesso completo.

A mobilização de organizações da sociedade civil tem pressionado o governo a acelerar o processo, destacando que leis e protocolos só se tornam efetivos quando os pacientes conseguem, de fato, acessar diagnósticos precoces e terapias adequadas.

No mesmo evento em que fez o anúncio, Padilha também adiantou que outra prioridade será a criação de um plano nacional de controle de qualidade das mamografias. Embora o Brasil tenha número suficiente de equipamentos, muitos aparelhos encontram-se inoperantes ou em manutenção, prejudicando a detecção precoce da doença.

O secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Sales, reforçou que ainda existem 18 medicamentos oncológicos aprovados que não chegaram ao SUS. Segundo ele, um grupo de trabalho criado em parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) está definindo prioridades para que a aquisição seja feita conforme os recursos forem disponibilizados.

Com as medidas anunciadas, o governo federal pretende tornar outubro de 2025 um marco no enfrentamento ao câncer de mama no Brasil, garantindo mais acesso, equidade e qualidade na rede pública de saúde.