Milhões marcham nos EUA contra Trump em protesto “No Kings” e defendem a democracia

Americanos estão revoltados com atitudes detatoriais de Trump, que deseja um país todo vermelho/ Republicano Imagem: PicLumen

As ruas dos Estados Unidos voltaram a pulsar com o som da insatisfação. Milhões de pessoas marcharam em centenas de cidades sob o lema “No Kings” — um grito coletivo contra o autoritarismo e em defesa da democracia. Jovens, professores, veteranos e famílias inteiras caminharam lado a lado, unidos pela convicção de que o poder deve permanecer nas mãos do povo. Em meio a cartazes criativos, músicas e discursos emocionados, o país viveu um dos maiores atos de mobilização política da história recente. E, embora o clima fosse de festa democrática, a mensagem era séria: “Os Estados Unidos não têm rei”.

No dia 18 de outubro, milhões de americanos foram às ruas em todos os 50 estados para participar das manifestações conhecidas como No Kings Protests. O movimento, que nasceu de forma espontânea nas redes sociais e ganhou apoio de centenas de organizações cívicas e trabalhistas, transformou-se em uma onda de protestos simultâneos, com foco na defesa das instituições democráticas e na crítica à postura autoritária do presidente Donald Trump.

Os organizadores estimaram cerca de sete milhões de participantes. Em grandes centros como Nova York, Chicago, Los Angeles e Washington DC, avenidas inteiras foram tomadas por multidões que carregavam faixas com frases como “Sem reis, só democracia” e “O poder pertence ao povo”. Apesar da forte presença policial, os protestos ocorreram de forma majoritariamente pacífica, marcados por performances artísticas e manifestações culturais que celebravam a liberdade e o direito à dissidência.

Em resposta, Trump declarou que “não é um rei” e acusou seus críticos de promoverem histeria política. Ainda assim, o episódio acentuou a polarização nacional, ampliada por vídeos e memes nas redes sociais que ironizavam o protesto. Nas alas conservadoras, o movimento foi visto como uma tentativa de minar o governo; já entre democratas e independentes, como uma demonstração de força cívica e resistência.

O No Kings Protest reflete um momento de ebulição social nos Estados Unidos, em que a desconfiança nas instituições e o medo da concentração de poder alimentam debates profundos sobre o futuro da democracia americana. Para muitos manifestantes, trata-se não apenas de contestar um governo, mas de reafirmar um ideal: a crença de que nenhum líder, por mais popular que seja, está acima da Constituição.