
Estudo do IBGE revela recuperação, mas informalidade e disparidades regionais preocupam
O mercado de trabalho brasileiro apresenta sinais de recuperação em 2024, com a taxa de desocupação atingindo o menor patamar desde 2012. Apesar disso, a informalidade e as disparidades regionais continuam sendo desafios a serem superados. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 1 (IBGE).
Menor taxa de desocupação em 12 anos
De acordo com a PNAD Contínua, a taxa de desocupação no 4º trimestre de 2024 ficou em 6,2%, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior (6,4%) e registrando uma queda em comparação com o mesmo período de 2023 (7,4%). A média anual de desocupação também apresentou melhora, caindo de 7,8% em 2023 para 6,6% em 2024, a menor desde o início da série histórica em 2012.
Desigualdade regional persiste
Apesar da melhora no cenário geral, a pesquisa revela que a distribuição do emprego no país ainda é desigual. Os estados da Bahia e Pernambuco lideram as maiores taxas de desocupação (10,8%), seguidos pelo Distrito Federal (9,6%) e Rio de Janeiro (9,3%). Em contrapartida, Mato Grosso (2,6%), Santa Catarina (2,9%) e Rondônia (3,3%) apresentam as menores taxas.
Informalidade e subutilização da força de trabalho
Outro ponto de destaque é a informalidade, que atinge 39% da população ocupada no Brasil. Os estados do Pará (58,1%), Piauí (56,6%) e Maranhão (55,3%) lideram esse ranking. Além disso, a taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 16,2% no país, com destaque para o Piauí (32,7%), seguido por Bahia (28,9%) e Alagoas (26,4%).
Rendimento médio e nível de ocupação
O rendimento real habitual médio para todos os trabalhos atingiu R$ 3.225 em 2024. O Distrito Federal (R$ 5.043), São Paulo (R$ 3.907) e Paraná (R$ 3.758) lideram os maiores rendimentos, enquanto Maranhão (R$ 2.049), Ceará (R$ 2.071) e Bahia (R$ 2.165) registram os menores.
Quanto ao nível de ocupação, a média anual foi de 58,6%, com destaque para Mato Grosso (68,4%), Santa Catarina (67%) e Goiás (65,3%). Já os menores níveis foram observados em Maranhão (47,3%), Acre e Ceará (48,7%) e Alagoas (48,8%).
Recuperação com desafios
Em suma, os dados da PNAD Contínua de 2024 indicam uma recuperação do mercado de trabalho brasileiro, com a redução da desocupação e aumento do rendimento real. No entanto, a persistência da informalidade e as disparidades regionais exigem políticas públicas que promovam um crescimento econômico mais equilibrado e inclusivo.